Dados da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito revelam que Curitiba arrecadou R$ 119.316.124,17 milhões em multas de trânsito em 2021. O relatório indica que foram aplicadas 725.264 mil punições aos motoristas da capital paranaense somente no ano passado. A nível de comparação, no ano de 2020, a cidade multou 502 mil motoristas, número que pode ter sido impactado pela pandemia, já que em 2019 o número de multas aplicadas foi de 761.098 mil. O tema, porém, rende muita discussão nas redes sociais. Muitos internautas acusam a existência destes aparelhos em um esquema de indústria de multas em Curitiba.

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O debate sobre uma possível “indústria de multas” em Curitiba “ganhou corpo” nas últimas semanas nas redes sociais, principalmente depois que a prefeitura de Curitiba começou a anunciar o funcionamento de novos e mais modernos radares na cidade. A administração municipal ainda prevê completar a instalação de 200 novos pontos com radares, com velocidades máximas que variam entre 30 e 70 km/hora.

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No Facebook da Tribuna, quando o assunto é radar, muitos seguidores apontam que basta seguir as leis de trânsito para não ser multado. Por outro lado, dezenas de pessoas criticam os aparelhos instalados na cidade. “Os cofres da prefeitura agradecem. Estes radares deixaram de ser educativos e mudaram para uma fonte de renda tanto para as empresas como para a prefeitura. É, viva nossa curitibinha!”, disse um seguidor.

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“É só respeitar as leis de trânsito e não será multado. Dirijo faz mais de 30 anos no Paraná, mais de 2 mil km por mês, e nunca fui multado”, retrucou outro seguidor em uma postagem sobre um radar na Linha Verde, que multou 13,5 mil motoristas em um mês.

Quem já reclamou dos radares de Curitiba foi o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan. Em uma passagem por Curitiba, Hang disparou: “Venha a Curitiba e ganhe uma multa”. Relembre. Recentemente o ônibus em que ele estava também foi multado em Curitiba por estar estacionado em local irregular. “Da próxima venho de helicóptero”, disparou.

Apesar dos altos valores arrecadados no ano passado, o sistema de multas de trânsito de Curitiba não supre por completo as despesas com pessoal, fiscalização, engenharia de tráfego e educação no trânsito. Já que estas despesas ultrapassaram em quase R$ 20 milhões o montante arrecadado pela prefeitura com os radares.

Os setores em que o município mais investiu dinheiro proveniente das multas foram o de sinalização de ruas e vias (R$ 48 milhões) e fiscalização e policiamento (R$ 37 milhões). O restante dos R$ 119 milhões foi investido em Engenharia de tráfego e campo (R$ 10,9 milhões) e educação no trânsito (R$ 190 mil). Outros R$ 41 milhões correspondem a repasses feitos em cumprimento à determinações normativas ou em decorrência dos convênios ou acordo de cooperação a órgãos como o Detran PR, Funrestran, entre outros.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Curitiba tem mais radares em funcionamento?

Embora as reclamações dos curitibanos tenham crescido nos últimos meses, a prefeitura de Curitiba afirma que não há aumento no número de radares na cidade. Segundo a Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, em nota enviada à reportagem, “o que está acontecendo é a substituição de equipamentos, por causa do encerramento da prestação de serviço com a empresa anterior”, disse.

O comunicado afirma que antes da troca dos equipamentos, havia 153 locais em Curitiba. Ao fim da atual implantação, que prevê “radares inteligentes” em pontos estratégicos, serão 155 equipamentos na cidade, apenas dois a mais do que no contrato anterior.

Segundo a prefeitura de Curitiba não há aumento de radares na cidade. “O que está acontecendo é a substituição de equipamentos, por causa do encerramento da prestação de serviço com a empresa anterior. Havia radares em 153 locais. Ao fim da atual implantação, serão 155 – apenas dois a mais do que no contrato anterior”, explicou o órgão em nota.

Além disso, a prefeitura disse que o processo é transparente e informado com antecedência. “Estamos desde março do ano passado informando cada etapa. São informações disponíveis nos sites oficiais da Setran, da Prefeitura, nas redes sociais da Prefeitura, via imprensa e aplicativos de trânsito (Waze e Google Maps) informando sobre cada novo ponto com radar. Além, é claro, de que todos os pontos com fiscalização eletrônica em Curitiba estão sinalizados, com a indicação de limite de velocidade que deveria ser seguido pelos motoristas ao longo de todo o trajeto – e não somente onde tem radar, para segurança viária de pedestres, ciclistas e motoristas”, explicou a administração municipal. Além disso, a prefeitura reforçou que se os motoristas dirigirem dentro do limite de velocidade estipulado, não há multa e nem arrecadação.

Sobre a sinalização, a prefeitura informou ainda que a sinalização nos locais com radar segue previsão do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e da resolução 798/2020 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). “Há placas e semipórticos indicando a velocidade máxima permitida, além de legendas no pavimento (no mínimo 100 metros antes do radar)”, disse. Segundo a prefeitura, do total de veículos que passam pelos equipamentos de fiscalização eletrônica, 0,13% são multados pela fiscalização eletrônica.

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