Incêndio em comunidade quilombola do Vale da Ribeira

Três casas na localidade de Gramadinho, no município de Doutor Ulysses, no Vale do Ribeira, divisa dos Estados do Paraná e São Paulo, foram incendiadas na noite da última sexta-feira. No local moram membros de uma comunidade de quilombolas.

Existem indícios que o incêndio tenha sido criminoso, já que quatro pessoas encapuzadas foram vistas na área e fugiram logo em seguida que o fogo começou. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) determinou que a Polícia Militar permaneça no local.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela PM em Almirante Tamandaré, as casas incendiadas estavam vazias e ninguém ficou ferido. O incidente foi relacionado a uma briga pela posse da terra que tramita na Justiça.

Neste ano, uma madeireira e uma família ingressaram com ações de reintegração de posse no fórum da comarca de Cerro Azul, contra os membros da comunidade quilombola. Informações divulgadas pela assessoria de imprensa do deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) davam conta de que, na semana passada, a Justiça teria concedido a reintegração de posse da área.

Seguranças particulares teriam ido ao local, acompanhados de policiais militares sem autorização da Sesp, e teriam disparados tiros para o alto para ameaçar os moradores.

O secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, confirmou ontem que nenhuma ordem de reintegração de posse da área foi concedida, e que se a PM foi até o local, ele não tinha conhecimento.

“O que a Justiça concedeu foi uma ordem de busca e apreensão de um trator que estava no local, e a secretaria não autorizou nenhuma reintegração”, disse Delazari. Segundo ele, uma madeireira tinha autorização para cortar 30% de pinus que estão na área, mas os moradores não teriam permitido.

Sobre o incêndio na comunidade, Delazari afirmou que todas as informações ainda são preliminares, e que a determinação da Sesp era que a polícia permanecesse no local para evitar novos conflitos.

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