Uma representante de atendimento, que preferiu não se identificar, precisou passar por uma cirurgia de retirada de útero, em agosto deste ano, em Curitiba, e protocolou o pedido de afastamento do trabalho no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela tem direito ao benefício previdenciário por trabalhar registrada.
Só que a abertura do protocolo foi no dia 2 de setembro e, segundo ela, o pedido ainda não foi analisado e ela está “desesperada”. Sem poder retornar ao trabalho, até ser liberada pelo órgão, a profissional não recebe salário há três meses e corre o risco de ser despejada de onde mora por não conseguir pagar o aluguel.
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“Estou mesmo desesperada. A proprietária me deu até janeiro do ano que vem para sair da casa. Eu tento contato com o INSS, desde setembro, e a resposta é a mesma, que o pedido está em análise. Não posso voltar para a empresa, ainda corro o risco de perder o emprego. A empresa fez a parte dela, cumpriu o compromisso dos primeiros quinze dias de afastamento, como é o correto. Depois disso, precisei de mais uns dias afastada, para me recuperar da cirurgia. Aí, é com o INSS. Não sei mais a quem recorrer”, lamenta.
Além da situação delicada de ter que passar por uma cirurgia de retirada de útero, ela conta que tem dificuldade até para comprar comida. “A apoio que tive de amigos, no início, já não é mais possível. Estou me sentindo humilhada”, disse.
Auxílio-doença
Segundo o site do INSS, “o Auxílio-Doença é um benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS que comprove, em perícia médica, estar temporariamente incapaz para o trabalho em decorrência de doença ou acidente”.
No caso da atendente, ela realizou a cirurgia de retirada do útero no dia 15 de agosto deste ano. De acordo com as regras previdenciárias, pela empresa onde trabalha, ela teve direito ao afastamento até o dia 29 de agosto, recebendo salário. Após esse período, com o médico solicitando mais 15 dias de recuperação, Michele teve que recorrer ao INSS, de acordo com as regras.
“É a primeira vez que preciso desse auxílio. Só que eu me recuperei e poderia estar trabalhando. Como o INSS não anda com o processo, a empresa não pode me receber de volta e eu não recebo o auxílio e nem salário desde setembro. Não aguento mais essa situação. Por que o processo não anda? Por que demora tanto? Alguém tem que fazer alguma coisa”, reclama.
Fila do INSS soma 5 milhões pelo país. Injustiça!
O dado que mais preocupa é o de que há hoje 5 milhões de processos em análise no INSS que já estouraram o prazo de 45 dias para que fossem resolvidos.
Além da injustiça de obrigar um cidadão a esperar mais do que o razoável por uma resposta do órgão, o atraso gera juros para o Estado, que terá que desembolsar mais dinheiro quando o benefício enfim começar a ser pago.
A reportagem da Tribuna do Paraná tentou contato com o INSS na segunda e terça-feira (05 e 06) por e-mail e telefone, mas não recebeu resposta por e-mail e não foi atendida por telefone.
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