Duas portas da Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída por escravos alforriados no século 18 no Largo da Ordem, no bairro São Francisco, seguem pichadas nesta quarta-feira (22), em Curitiba. A pichação ocorreu no sábado (25), e até o momento ninguém foi responsabilizado pelo crime.

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Segundo o padre Luiz Hass, essa foi a primeira vez que a pichação ocorreu nas portas de entrada da Igreja. “A gente fica muito triste com essa situação. Das vezes anteriores, teve na lateral e na escada. Confesso que não entendo o motivo”, relatou o padre.

A limpeza das portas deveria ter ocorrido na terça-feira (21), por uma organização não governamental. “Eles não vieram, mas acredito que venham ainda hoje. Eles nos ajudam”, comentou Luiz Hass.

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Em 2018, um homem de 34 anos foi detido pela Guarda Municipal ao ser flagrado pichando a escadaria da Igreja do Rosário e outros imóveis no Largo da Ordem, em Curitiba.

Protesto e polêmica

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Em fevereiro deste ano, o então vereador Renato Freitas (PT), participou de um ato na Igreja Nossa Senhora do Rosário, durante uma missa, interrompendo a celebração. Na oportunidade, a Arquidiocese de Curitiba repudiu a ação. A manifestação política durante o culto religioso resultou na cassação do mandato de Renato Freitaspor quebra de decoro parlamentar.

“A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo”, reforçou em nota a Arquidiocese

“Igreja dos Mortos” e “Santuário das Almas”

A primeira igreja do Rosário foi construída por e para os escravos, inaugurada em 1737, em estilo colonial. Foi o terceiro templo de Curitiba, depois da matriz e da Igreja da Ordem. Com a abolição da escravatura passou a ser conhecida como “Igreja dos Mortos” e “Santuário das Almas”, títulos originados da antiga tradição de se realizar missas de corpo presente, dada a sua localização, no caminho dos cortejos fúnebres que seguiam ao Cemitério Municipal, e atualmente pela missa diária aos falecidos das últimas 24 horas.

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Foi a igreja matriz da cidade de 1875 a 1893, durante a reconstrução da atual Catedral Metropolitana, na Praça Tiradentes. Sua fachada preserva azulejos da igreja original e seu interior abriga azulejos portugueses que contém representações dos Passos da Paixão.

Foi demolida em 1931, um ano após o falecimento de Monsenhor Celso, pároco da cidade e curador da Catedral, que idealizou a nova obra e angariou recursos para sua construção, que posteriormente passou a abrigar seu túmulo.

Tombada pelo município de Curitiba em 2016, é uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) , pois mantém as características da arquitetura neocolonial da cidade.

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