Romildo Ernesto Conti, de 78 anos, morreu na hora ao capotar o carro e cair numa valeta da Rua Inácio Wichnewski, no Orleans, em Curitiba. O acidente aconteceu na tarde desta terça-feira (28) e os moradores reclamaram que isso se tornou comum no local.
Segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), não se sabe o que teria causado o acidente. “Acreditamos que ele possa ter ido reto e não conseguiu frear ao ver a valeta”, explicou o tenente Queirolo.
Ao cair, o Corolla que Romildo dirigia ficou de cabeça pra baixo. “Ele ficou preso pelo cinto de segurança e a cabeça submersa na água. Quando meu marido conseguiu retirar ele do carro, com ajuda de outras pessoas, já estava morto”, contou Dilma Lobo, 59.
Os socorristas do Siate chegaram rapidamente ao local, mas não conseguiram salvar o idoso. Não foi descartada a possibilidade de que ele tenha sofrido um mal súbito.
Moradores cansados
A mulher, que ajudou no socorro e mora na esquina onde houve o acidente, estava revoltada. “Não consigo entender qual a dificuldade que a prefeitura tem de resolver nosso problema. Aqui é um trecho muito perigoso, já fizemos de tudo, ligamos, abrimos protocolos e mais protocolos, até protesto a gente já fez. Mas eles nada fazem”, desabafou.
Dilma contou que há 40 anos ela presencia acidentes no mesmo trecho. “Já salvamos as pessoas, crianças, jovens, de tudo quanto é idade, até de madrugada. Tinha até uma cruz na beira da valeta, porque muita gente já morreu aqui, mas retiraram”.
A solução, segundo os moradores, seria colocar manilhas e tapar o buraco da valeta. “Mas a gente já tá desencantado. Enquanto isso, outros acidentes vão acontecer e a culpa vai ser sempre de quem, dos motoristas? Todo mundo que mora aqui já tem medo de passar nessa rua. Quem não conhece, não consegue nem ver a valeta por causa do mato alto”.
Mosquitos tomando conta
Além de faltar roçar o matagal, Dilma e outras vizinhas reclamaram ainda que a valeta está tão suja, que eles não têm conseguido mais controlar os mosquitos. “Falam tanto pra gente cuidar com o mosquito da dengue e em casa a gente cuida. Mas o que adianta de na rua, a prefeitura não está nem aí? Estamos abandonados”.