Amor e atenção, carinho e dedicação. O dia a dia no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (HV-UFPR) demonstra que para ajudar os bichinhos é necessário gostar demais da profissão, ter vocação e acreditar na força de São Francisco de Assis, santo protetor dos animais.  

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O HV é referência em medicina veterinária pública em Curitiba e chega a atender mais de 2 mil animais por ano com quase mil cirurgias. Cachorros, gatos, cavalos, porcos, cavalos, aves, tartarugas e até um camelo já passaram pela extensa área do campus de Ciências Agrárias da UFPR no bairro Juvevê.

O HV é composto por alunos, residentes, docentes, servidores técnicos e funcionários de empresas terceirizadas. Os atendimentos são feitos pelos residentes – médicos veterinários formados, alunos de pós-graduação do Programa de Residência em Área Profissional da Saúde em Medicina Veterinária da UFPR. O Programa conta com 14 áreas de especialidade, com número variado de vagas por setor, totalizando 48 residentes.

A carga horária desta turma é pesada. Residentes podem chegar a 60 horas semanais com os plantões. O atendimento funciona de segunda à sexta das 7h30 às 19h30. Nos fins de semana, os animais internados são atendidos normalmente, mas o atendimento ao público é fechado.

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Wisley Malaquias, 26 anos, é residente na UFPR há dois anos e trabalha na área de clinica cirúrgica com especialidade em ortopedia. Atende pacientes, orienta os tutores e corre pelo hospital para aprender cada dia mais e sair para o mercado de trabalho ainda mais fortalecida. A volta para casa não tem hora. “Passo mais tempo aqui, mas é recompensador. Vou sair daqui com título de especialista. O aprendizado é intenso e acompanho todo o processo. É sensacional”, comenta Wisley. 

Wisley Malaquias, de 26 anos, é residente na UFPR e diz que o trabalho com os animais é recompensador. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

A vida do animal de estimação é entregue aos médicos veterinários no HV. Para quem sabe o real valor do bichinho, a morte é comparada a de um parente próximo. Com essa carga de pressão, a turma do jaleco branco precisa ter um alinhamento perfeito com o dono do animal. O cansaço, o estresse e os problemas na vida pessoal precisam ficar do lado de fora do hospital. 

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Palloma Rose Pinheiro, 37 anos, médica veterinária e técnica administradora em educação conhece bem todos os lados da profissão: da alegria de ajudar um animal a presenciar o falecimento do bichinho. “A gente convive aqui com histórias e trato a profissão como uma verdadeira vocação. Aqui é um misto de tudo, amor aos animais e fazer o que eu gosto. É a minha segunda casa”, ressalta Palloma. 

Estrutura

Na chegada ao HV, a triagem dos atendentes precisa ser rápida. Em alguns casos, os animais chegam em situação de risco.

Atropelamentos, envenenamentos, acidentes domésticos e até cirurgias emergenciais avançam na fila. Com um microfone, os residentes são chamados pelo nome e ali tem o início da consulta.

O custo é inferior aos valores cobrados por grande parte de clinicas veterinárias. No HV, a consulta varia de R$ 70 a R$ 110 quando o atendimento é de urgência. Além disso, não há cobrança em retorno no período de um mês. O pagamento é somente no cartão de crédito e, dependendo do valor, é aceito o parcelamento. 

Excepcionalmente, alguns animais são atendidos gratuitamente em casos de projetos de pesquisa ou casos raros/atípicos que possuam interesse didático.

O Setor de Pequenos Animais e Animais Selvagens inclui sete ambulatórios – cinco para atendimento geral na Clínica Cirúrgica e Clínica Médica, um para Oftalmologia e um para animais selvagens. Há ainda sala de oncologia para consultas e quimioterapia, o centro cirúrgico com sala de preparo e três salas para procedimentos. As alas de internamentos são separadas conforme a categoria de animais ou do estado dos bichos: internamentos gerais, de animais selvagens, de gatos, isolamento para doenças infectocontagiosas, UTI, cardiologia. Para fechar, há o setor de diagnóstico, para exames de raio-X e ultrassonografia, além do consultório do dentista.

Toda a estrutura, a qualificação dos médicos e o preço foram fundamentais para a decisão da professora Laize Guazina, 42 anos. Ela levou a cadelinha Paçoca para uma visita ao dentista, onde foi feita a limpeza nos dentes para retirada de tártaro.

“Busquei o HV por ter ótimas referências e estou contente com o resultado. O processo foi cuidadoso, com vários atendimentos até a alta da Paçoca. Naturalmente, a questão financeira também é analisada. O acesso público aqui funciona, sendo essencial e necessário para atingir as pessoas”, relata Laize Guazina.

Laize Guazina levou a cadelinha Paçoca para uma visita ao dentista. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Grandes animais

Ainda no terreno do hospital, um largo espaço é dedicado aos grandes animais. O setor inclui uma sala de aula com espaço dedicado para acompanhamentos de procedimentos e centro cirúrgico específico para grandes animais. Além de baias e piquetes para os animais internados ou moradores do HV. No dia da visita da Tribuna do Paraná, um camelo estava sendo atendido por estar com problemas digestivos.

Fazem parte ainda do hospital, uma Lavanderia, sala de necropsia, laboratório de patologia animal, laboratório de biologia molecular e laboratório de patologia clínica. “O HV tem uma importância enorme para a sociedade, pois coloca no mercado de trabalho bons profissionais. É um ambiente de formação, mas com supervisão adequada. Eles mostram atenção e responsabilidade com os animais”, desabafa Laize Guazina que saiu do hospital levando no colo a Paçoca, sob os olhares da pequena estátua de  São Francisco de Assis.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Serviço

Hospital Veterinário da UFPR

Endereço: Rua dos Funcionários, 1540, Juvevê 

Horário de funcionamento: segunda à sexta das 7:30 às 19:30 ( triagem de atendimentos sem agendamento até às 18h)

Telefone: (41) 3350-5616 / 3350-5785).