O horário de verão termina na virada deste sábado (17) para domingo (18) nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A partir da 0h, os relógios deverão ser atrasados em uma hora. Mas quais são os efeitos no corpo que podem aparecer com o retorno ao horário normal? Para a médica Ana Chrystina Crippa, professora da UFPR e especialista em medicina do sono e neurofisiologia, “o espaço de tempo de uma hora é muito curto para grandes alterações biológicas, porém o sono sempre é o mais afetado”, diz.
Segundo a médica, os principais sintomas da mudança de horário são a insônia, falta de apetite, irritação e enxaqueca leve. “Ganhamos uma hora a mais para dormir pela manhã, porém à noite, com o atraso na hora, o corpo pede para dormir mais tarde. Por isso os sintomas podem aparecer de forma mais leve ou mais pesada, dependendo de cada organismo”, explica. Esses efeitos geralmente duram de três a sete dias.
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Para evitar esses efeitos, as principais medidas são adiantar pouco a pouco a hora de dormir e de comer. “O ideal seria fazer isso uma semana antes da troca de horário, adiantando 10 minutos por dia. Para quem não conseguiu ou se esqueceu de mudar o hábito, as dicas para melhorar o sono são evitar comidas pesadas durante a noite, não praticar atividade física em horários muito avançados e deixar a televisão e os aparelhos eletrônicos desligados no quarto”, orienta Ana Chrystina.
Casos menos comuns
Idosos, ou mesmo quem sofre de problemas crônicos de saúde, podem perceber algumas alterações mais sérias com o fim do horário de verão, como arritmia cardíaca ou aumento da pressão arterial, mas são casos menos comuns. “Esses problemas geralmente ocorrem com alterações mais longas de fuso-horário”, diz Ana Chrystina, aconselhando que um médico seja procurado nessas situações.
O que explica as alterações no sono
De acordo com a médica Ana Chrystina, o sono das pessoas costuma ser ajustado pelo ritmo social que elas têm. Como o horário de verão costuma alterar a rotina das pessoas, é comum que o cotidiano do sono seja afetado. “Os adolescentes, por exemplo. Normalmente, por uma questão biológica, eles querem dormir por volta das onze da noite e acordar ao meio dia. Isso seria o natural. Só que as escolas funcionam pela manhã, o que quebra o ciclo do sono. Por causa disso, vocês sabem que eles vão querer compensar o cansaço dormindo à tarde. Pronto, lá vão eles receber o apelido de preguiçosos sem ter culpa”, brinca a Ana.
Com os idosos também ocorrem mudanças, só que com a idade mais avançada eles costumam dormir menos e acordar mais cedo. “Por isso a troca do horário social pode atrapalhar um pouco a rotina do sono deles, mas é uma questão costume. Mas não é nada muito grave”, diz a especialista.
Jovens e pessoas da meia idade não costumam sofrer muita alteração no corpo com o horário de verão. “Se aparece a sonolência, ela é mais uma demora de adaptação da nova rotina do que um sintoma”, finaliza Ana Chrystina.