Ferido na montanha

Homem que ficou dias perdido no Pico Paraná é resgatado por força-tarefa; Laranjas e barras de cereal o salvaram

Jovem sendo atendido durante o resgate no Pico Paraná. Foto: Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA)

Após seis dias de buscas, Maicon William Batista, 28 anos, foi encontrado no domingo (12) após desaparecer no Pico Paraná no feriado da Independência. Uma força-tarefa incluindo Corpo de Bombeiros, voluntários organizados pela Federação Paranaense de Montanhismo (Fepam), Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo), atletas amadores, brigadistas e radioamadores integrantes da Defesa Civil encontraram o rapaz que já demonstrava estar debilitado e com um ferimento na cabeça. Ele foi encaminhado ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, com ferimentos e suspeita de fratura no rosto.

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Maicon desapareceu no dia 6 de setembro no Parque Estadual do Pico Paraná, localizado nos municípios de Campina Grande do Sul e Antonina. Junto com duas amigas, ele realizou uma caminhada até o Morro do Getúlio, localizado há cerca de duas horas de caminhada desde o início da trilha que leva ao Pico Paraná, que é a montanha mais alta do Sul do Brasil, com 1877 metros de altitude, localizada na Serra do Mar paranaense. No Morro do Getúlio, Maicon decidiu ir sozinho até o cume da montanha, que fica há 4 horas de caminhada, mas não regressou ao local de seu acampamento.

Diante da falta de notícias, as pessoas que acompanhavam Maicon, acionaram o Corpo de Bombeiros no dia 7, quando teve início as buscas. Uma das poucas informações, e que ele estava de bermuda, tênis e sem barraca para passar a noite. Com a presença do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), especialistas nesse tipo de atendimento, descobriram que o desaparecimento foi por uma queda provocada na descida do Pico. “Ele não tinha experiência, pois era a primeira vez que ele fazia a trilha. Ele acabou caindo e ficou um tempo desacordado em um vale. Ficou no local até ser encontrado após ouvir os chamados da equipe”, disse o capitão Alexix Iverson Martins, comandante do Gost em entrevista à RPC.

O resgate contou com o Corpo de Bombeiros, voluntários da Federação Paranaense de Montanhismo (Fepam), Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo), atletas amadores, brigadistas e radioamadores integrantes da Defesa Civil. Foto: Gost-PR

Frutas e barras de cereal

Ainda durante as buscas, o Gost descobriu que Maicon foi reconhecido por um montanhista, pois estava sozinho e de bermuda, algo incomum para quem está acostumado a enfrentar as montanhas. Com a informação, bombeiros e voluntários investiram seus esforços em procurar locais distantes da trilha e do cume e encontraram a vítima no curso do rio Cacatu, um vale extremamente acidentado que começa no colo que separa o Pico Paraná da segunda montanha mais alta do Estado, o Pico do Caratuva. Segundo o comandante do Gost, ele comeu frutas e barras de cereais e se hidratou com a água do rio. “Ele sobreviveu comendo laranjas e barrinhas de cereal. Ele tinha diversos ferimentos em face e possivelmente com fraturas. Do local onde ele foi resgatado até embarcar no helicóptero demorou de 4 a 5 horas. Ele respondeu bem essa retirada da trilha”, relatou Alexix.

Alerta para o desafio

Em tempos de pandemia do coronavírus, muitas pessoas estão procurando passar um tempo ao lado da natureza, mas é preciso tomar alguns cuidados. A Federação Paranaense de Montanhismo alerta visitantes de parques para que obedeçam às recomendações no planejamento de uma prática desportiva em montanha. Formar grupo de no mínimo três pessoas para fazer a trilha e manter-se junto a ele durante todo percurso, identificar o grau de dificuldade da trilha consultando clubes de montanhismo e avaliar o condicionamento físico para a empreitada.

Devem também levar apito, lanterna com bateria extra e celular totalmente carregado e desligado para uso em emergências, registrar-se na base do Instituto Água e Terra (IAT), assinar livro de cume se houver, utilizar perneira para proteção de picadas de animais, levar roupa com proteção térmica, além de 1,5 litro de água e alimento.

“É um certo modismo de querer ver o pôr do sol na Serra do Mar e isso acaba atraindo muitas pessoas sem experiência e equipamentos necessários. A trilha do Pico Paraná é considerada difícil, é longa e envolve um certo nível de dificuldade. É preciso ter preparo físico e faça com alguém que conheça, roupa adequada e celular com bateria carregada”, completou comandante do Gost.

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