A greve de servidores estaduais convocada por entidades sindicais vai afetar diversos serviços públicos a partir desta terça-feira (25). Além da paralisação de classes como professores de escolas, os trabalhos de policiais e agentes penitenciários serão afetados. A greve geral por tempo indeterminado foi confirmada após quase dois meses sem acordo entre governo de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e entidades sindicais sobre um possível reajuste nos salários dos servidores públicos estaduais.
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O funcionalismo público, que tem vencimentos congelados desde 2015, pede um aumento mínimo de 4,94%, que seriam equivalentes às perdas somente do último ano. O governo, por sua vez, alega não ter dinheiro para fazer a reposição. Desde o início de maio, representantes dos servidores e do governo do Paraná já se reuniram oito vezes para discutir a possibilidade de um reajuste salarial no âmbito de uma comissão composta também por deputados estaduais.
Sem aulas
Os professores da rede estadual de ensino anunciaram que vão cruzar os braços a partir desta terça-feira (25). Segundo a APP-Sindicato, que representa a categoria, os colégios estaduais de todo o Paraná devem ficar sem aulas por tempo indeterminado. Ao todo, são cerca de 2.100 escolas que podem ser afetadas.
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Além disso, no interior, professores e funcionários das universidades estaduais também aderiram à greve. Professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade Estadual de Londrina (UEL) já confirmaram que vão participar da greve, segundo o Fórum das Entidades Sindicais (FES), que convocou as paralisações.
Policias Civil e Militar
Os sindicatos que representam a Polícia Civil já confirmaram que os agentes vão paralisar as atividades por meio período na terça-feira. Nesta segunda (24), os policiais civis fizeram uma carreata por Curitiba, abrindo os protestos. Com isso, as delegacias não funcionar de manhã para os policiais participem dos atos programados no Centro Cívico a partir das 9h.
Já na Polícia Militar (PM), nenhuma das entidades que representam praças e oficiais apoia a paralisação – por lei, policiais são proibidos de fazer greve. Entretanto, a Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Paraná (Assofepar) não descarta atos nos quartéis.
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“Não está em nossa programação o fechamento de quartéis, mas podem acontecer casos isolados por causa do tamanho do descontentamento de alguns policiais”, afirma o presidente da Assofepar, o coronel Izaias de Farias. Segundo ele, a orientação é de que caso haja manifestação, apenas familiares, reservistas e pensionistas participem dos atos em frente aos quartéis, mas sem impedir a circulação de viaturas. “Se acontecer, não são ações referendadas pelas associações”, enfatiza o coronel Farias.
Já o presidente da Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra), Orélio Fontana Neto, diz que não há intenção de se fazer aquartelamentos, uma vez que esse tipo de ação é bastante prejudicial para a sociedade e para os próprios policiais.
Agentes penitenciários
Também na área de segurança, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) anunciou a suspensão de movimentação de detentos dentro das unidades por temer o baixo efetivo de agentes. O Sindarspen cita ainda justamente uma possível paralisação dos PMs como uma das razões para isso.
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“A ação exige ainda mais cautela com o fato de que a Polícia Militar já informou que ficará aquartelada a partir de 25/06”, diz o sindicato em nota. “A ausência da PM torna extremamente perigosa a retirada de presos de dentro das celas com poucos agentes”.
Com isso, os agentes penitenciários decidiram suspender os banhos de sol dos presos e o recebimento de sacolas de mantimentos enviadas por familiares, além de atendimento jurídico, médico e social e atividades de trabalho e estudos.
Outras classes policiais
Por sua vez, as categorias ligadas à Polícia Civil já bateram o martelo. Os agentes foram a primeira classe a organizar um ato esta semana contra o governador Ratinho Jr (PSD): na tarde de segunda-feira (23), uma carreata com 50 viaturas com sirenes ligadas foi do Parque Barigui até o Palácio Iguaçu, onde fizeram uma entrega simbólica das viaturas sucateadas ao governo.
Como também são impedidos de aderirem à greve, delegados, investigadores, escrivães e peritos anunciaram que vão paralisar as atividades nesta terça por meio período, cruzando os braços durante a manhã para participar dos atos programados no Centro Cívico.
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“Vamos apoiar a greve das demais categorias, participar das manifestações e depois voltamos para nossos postos”, explica o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Paraná (Adepol-PR), Daniel Fagundes.
A decisão foi tomada após uma reunião na manhã desta segunda (24) envolvendo líderes de sindicatos e associações que representam investigadores, delegados e peritos da Polícia Civil, além de representantes ligados à Polícia Militar.
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De acordo com o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol-PR), Kamil Salmen, as manifestações e protestos não vão gerar transtornos para a população. “Em respeito ao cidadão, não vamos fazer nada que afete o atendimento. Vai ter zero impacto nesse sentido. O que queremos fazer é mostrar nosso descontentamento com o governo estadual”, diz.
Ato no Centro Cívico
Para marcar o início da greve, a FES convocou os servidores estaduais para participarem de um ato na manhã de terça-feira na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. A proposta é reunir diferentes setores do funcionalismo público em frente ao Palácio Iguaçu para pressionar o governo pelo reajuste. Por causa disso, é possível que o trânsito na região seja afetado pelas manifestações.
Greve pode parar aulas da rede estadual do Paraná a partir desta terça (25)