Agentes de trânsito, profissionais da limpeza da rodoviária, fiscais do transporte coletivo, servidores da área administrativa da Urbs estão em greve nesta terça-feira (31), em Curitiba. A paralisação ocorre contra a terceirização e a demissão de trabalhadores.
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Segundo o Sindiurbano-PR (Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná), a discussão está ocorrendo desde o ano passado com propostas para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023, mas as propostas foram rejeitadas em assembleia em dezembro.
“Os trabalhadores viram o perigo que esta contraproposta representa ao nosso futuro. Em especial, com as mudanças no processo administrativo, a extinção de várias carreiras e a ameaça de demissão”, explicou Luiz Carlos Viana, diretor do sindicato.
Ainda de acordo com o Sindicato, os planos de terceirização e demissão de trabalhadores vão prejudicar a categoria. “A Urbs está terceirizando a limpeza da rodoviária e quer demitir todos os agentes de apoio. Esses profissionais fazem a limpeza da rodoviária e manutenção das estações-tubo e manutenção dos semáforos. A diretoria da empresa já disse que pretende demitir agentes de trânsito e parte do administrativo”, comentou Valdir Mestriner, presidente do Sindiurbano.
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Outro item que preocupa o sindicato é a alteração no processo administrativo disciplinar, que garante a ampla defesa e ao contraditório antes das demissões. “A empresa fechou todas as portas de negociação. E reapresentou uma contraproposta que não interessa aos trabalhadores e já foi rejeitada. Sendo assim, não resta alternativa a não ser a greve”, definiu o diretor do sindicato Ilmar Brandão.
A manifestação de greve está concentrada na frente do prédio central da URBS na Rodoviária de Curitiba.
E aí URBS?
Em nota, a Urbs informou que a adesão à greve é inferior a 20% e não compromete o atendimento ao cidadão e nem aos passageiros do transporte coletivo. A empresa também ressalta que foram realizadas várias reuniões com o Sindiurbano, mas não houve apresentação de contraproposta formal. Uma nova reunião de conciliação deve ser marcada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A Urbs propõe aumento de 12,47% retroativo a maio de 2022, retorno do anuênio que havia sido suspenso entre 2018/2020 – o que representa um adicional de 3% no aumento – e diminuição do percentual de desconto do plano de saúde que hoje é 12% para 7%. Quanto à segunda folga dupla, a Urbs argumenta que hoje já há uma deficiência de fiscais de transporte e essa medida prejudicaria a população, comprometendo a qualidade do serviço, além de custos com horas extras. A Urbs destaca também que não estão previstas demissões de outras carreiras, além dos agentes de apoio, cuja função foi extinta.
A Urbs informa ainda que realizou várias reuniões com os agentes de apoio para discutir o tema. Foi criada uma comissão dentro da empresa apenas para tratar da transição e elaborar o pacote de benefícios a esses colaboradores. Para as rescisões serão pagas todas as verbas legais e mais um pacote de benefícios que foi oferecido de forma espontânea pela URBS, que concede além das verbas rescisórias, uma remuneração a cada dois anos trabalhados, R$ 600 no ticket e 24 meses de plano saúde. Além disso, será tentado judicialmente acordo para quitar as ações trabalhistas de insalubridade. Cada colaborador deve receber, segundo estimativa, da Urbs, entre R$ 80 mil e R$ 200 mil.
A Urbs completa a nota ressaltando que os serviços de limpeza e jardinagem já são terceirizados na maioria dos órgãos administrativos, judiciais e legislativos. A ação também segue uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) de redução de custo com pessoal. A economia para o erário público pode chegar em R$ 5 milhões em um ano.