Professores da rede pública e estadual, escolas particulares e instituições de ensino superior, metalúrgicos, bancários, vigilantes são algumas das categorias que prometem participar da greve geral desta sexta-feira (30/06). As ações fazem parte do Dia Nacional de Lutas, convocado pelas centrais sindicais de todo o Brasil, e podem afetar a rotina da população em algum momento do dia. O transporte coletivo, porém, funciona normalmente na manhã desta sexta-feira.
No Centro de Curitiba, dois atos acontecerão na Boca Maldita, na Rua XV de Novembro. O primeiro deles está marcado para 10h, quando educadores da rede estadual e servidores públicos de Curitiba se reúnem para uma caminhada com distribuição de folhetos explicativos contra as reformas trabalhista e previdenciária, e também pautas específicas das categorias.
- Direto ao ponto: Veja as categorias que vão parar!
- Acompanhe as manifestações desta sexta-feira em tempo real
De acordo com Juliano Soares, da direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), a classe só não aderiu à nova greve geral devido à batalha travada contra o “Pacotaço” de Ajuste Fiscal proposto pela Prefeitura de Curitiba. “A adesão seria prejudicada por conta das marcas da batalha recente travada contra o Greca. Então, nossas equipes irão enviar seus representantes para participarem do ato de protesto”, explicou.
Leia mais: Greve desta sexta-feira deve afetar o trânsito curitibano
Já às 12h, diversas centrais sindicais e ainda as Frentes Brasil Sem Medo e Brasil Popular prometem se unir aos servidores em um protesto gigante. “Precisamos fortalecer a nossa luta para evitar que a reforma trabalhista e a previdenciária sejam aprovadas. Caso isso aconteça, vamos retroceder décadas de direitos”, avalia a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
- Medida para garantir imposto sindical enfraquece a greve geral
- Força Sindical: se Temer não negociar reformas, pode haver nova greve
- Homem caminha mais de 15km para chegar ao trabalho por conta da greve geral
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc) estará presente na manifestação, mas garante que isso não afetará o serviço oferecido à população na capital e também na Região Metropolitana, pois a classe não convocou assembleia para aprovação de greve geral. Dessa forma, a entidade acredita que somente colaboradores de folga devem aderir ao ato. Pela manhã o transporte coletivo era feito normalmente.
Para completar as manifestações no coração da cidade, das 17h às 22h, o grupo CWB Resiste realiza um novo ato no local. A convocação está acontecendo pela rede social Facebook e convida todos os curitibanos para a luta.
Veja as categorias que vão parar:
Metalúrgicos
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) fazem paralisações nesta manhã na porta das fábricas localizadas na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Araucária e São José dos Pinhais. A mobilização envolverá cerca de 30 mil metalúrgicos das empresas Bosch, CNH, WHB, Volvo, Brafer, AAM do Brasil, Renault e Volkswagen.Não há registro de bloqueios nas rodovias.
“Os protestos que temos realizado ao longo do ano tem surtido efeito no Congresso. Por isso, estaremos em peso unidos com os trabalhadores de todo o Brasil para defender os direitos da população”, afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka.
Limpeza Pública
Já os trabalhadores da coleta de lixo, conservação e limpeza pública prometem realizar um ato relâmpago com duração de, no máximo, uma hora. A ação está marcada para 6h em frente à empresa Cavo da Rua João Negrão, no Centro, onde mais de 1.500 funcionários amarrarão faixas verde-amarelas nos braços em sinal de luta.
O Siemaco, sindicato da categoria, também passará pelos locais de trabalho da capital e Região Metropolitana para conversar com os colaboradores a respeito da retirada de direitos propostas pelas reformas do Governo Federal. “Nesse momento difícil para a classe trabalhadora, nós somamos forças às demais categorias e nos solidarizamos aos mais de 14 milhões de desempregados brasileiros”, comunicou Manassés Oliveira, presidente da entidade.
Bancários
Quem precisa utilizar serviços bancários nesta sexta-feira (30) também deve ficar atento, pois a categoria aprovou a paralisação e o objetivo é fechar o maior número de agências possível, começando na região central da cidade e seguindo em direção aos bairros. A agência da Caixa Econômica Federal da Praça Carlos Gomes, por exemplo, está fechada.
“É muito importante que cada trabalhador bancário, que cada trabalhador financiário faça sua parte na construção da paralisação. Não podemos esquecer que esse dia de trabalho vale por uma vida toda de direitos conquistados. A participação de todos nesta greve geral é fundamental”, convocou Elias Jordão, presidente do sindicato da categoria.
Petroleiros
A paralisação realizada pelos trabalhadores da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, começa às 0h desta sexta-feira (30) e não tem hora para terminar. A mobilização foi programada para coincidir com a greve geral, mas, além de contrariar as reformas em trâmite no Congresso Nacional, ela também é motivada pela redução de postos de trabalho nas refinarias.
De acordo com Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro Paraná, a direção da Petrobras diminuiu 25% do número mínimo dos postos de trabalho nos parques de refino, o que coloca em risco os trabalhadores. “A tendência é que os acidentes aumentem de proporções, colocando em rave risco os trabalhadores, as comunidades nos entornos das refinarias e os equipamentos”, afirmou.
Outras categorias
Funcionários dos Correios, servidores e técnicos de saúde do estado, vigilantes e agentes penitenciários também sinalizaram sua participação nos movimentos do Dia Nacional de Lutas. No entanto, não deram detalhes a respeito das paralisações.