Terminais de ônibus de Curitiba estão completamente vazios na manhã desta quarta-feira (15). Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região (Sindimoc), às 4h da manhã, no início da greve, os trabalhadores consideraram “fora de realidade” a exigência de 50% da frota mínima em circulação nos horários de pico (5h às 9h e 17h às 20h) e 40% nos demais, o que não foi cumprido.
Por isso, o valor da multa por descumprimento foi elevado de R$ 50 mil para R$ 100 mil por hora. Se a paralisação persistir, o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) vai analisar a necessidade de realização de audiência de dissídio de greve.
A categoria participa de um protesto nacional contra reformas trabalhistas e na previdência. Trabalhadores da educação, saúde limpeza, bancários, metalúrgicos e servidores dos correios também aderem ao movimento.
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A reportagem da Tribuna percorreu por volta das 6h de hoje os terminais de Curitiba e todos estavam desertos. No Terminal do Bairro Alto, por exemplo, não havia nenhum veículo parado e alguns passageiros na entrada na esperança de conseguir um transporte para o trabalho.
No terminal do Cabral a situação é a mesma registrada nos outros pontos da cidade. Perto das 6h30, o local estava vazio.
O mesmo foi constatado no Terminal do Santa Cândida, que por sinal foi foco de uma matéria dos Caçadores de Notícias deste semana. O local, que tinha a promessa de ser entregue até a Copa de 2014 segue em obras. No terminal do Guadalupe, porém, um ônibus da linha Curitiba/Jardim Paulista estava circulando. O protesto ocorre mesmo após uma decisão da justiça que prevê a frota mínima na cidade.
A frota mínima hoje
A Urbanização de Curitiba, que administra o sistema de transporte público da capital, conseguiu na Justiça do Trabalho na noite de ontem liminar favorável para circulação de frota mínima nesta quarta-feira (15). O Sindimoc, sindicato dos trabalhadores do setor, ainda não foi notificado para o cumprimento da medida.
Urbs cadastra veículos para transporte de passageiros durante greve
A Urbanização de Curitiba S/A está cadastrando veículos particulares para o transporte de passageiros durante a greve dos motoristas e cobradores, nesta quarta-feira (15). O cadastramento foi iniciado por volta das 6h horas. Veja mais detalhes sobre o cadastramento.
Repúdio
Em nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) condenou “nos mais duros termos, a atitude abusiva do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) de parar 100% do sistema de transporte, em flagrante descumprimento de ordem judicial que determina frota mínima de 50% nos horários de pico e de 40% nos demais horários”.
O Setransp alega que o Sindimoc viola a Lei de Greve, causando dano à propriedade, ao furar os pneus dos veículos para impedir a saída da frota. “Pior, o abuso do Sindimoc vai afetar sobremaneira o comércio da cidade, já em dificuldades pelo momento econômico vivido pelo país, e, mais grave, prejudicar o dia a dia de milhares de pessoas”, argumenta a entidade patronal.