Com a paralisação total do sistema de transporte coletivo de Curitiba na manhã desta quarta-feira (15), tanto as empresas de táxi como o Uber intensificaram suas ações para conseguir passageiros. A greve também abriu espaço para a tradicional disputa e troca de acusações entre os dois serviços.
No campo da disputa por passageiros, a estratégia dos táxis foi oferecer descontos. A Rádio Táxi Capital, de Curitiba, oferece descontos de até 50% a cada corrida. O aplicativo 99 Taxis optou pela mesma estratégia e dá descontos de até metade do total da corrida, limitado ao valor de R$ 15. Usuários registravam dificuldades, no entanto, para conseguir contato com as centrais via telefone.
Já o Uber investiu na presença maciça de motoristas nas ruas. Segundo informações de motoristas do aplicativo, os profissionais combinaram de sair às ruas a partir das 5h. Mesmo motoristas que costumam trabalhar em outros períodos estavam disponíveis para corridas no começo da manhã. Com a estratégia, na região do anel central de Curitiba, os carros do aplicativo estavam chegando aos clientes em cerca de dois minutos.
Tarifa dinâmica
Entretanto, a política de preços variáveis aplicada pelo aplicativo – que faz o preço oscilar de acordo com a demanda por corridas – fez com que muitos passageiros pagassem valores mais caros que em dias normais. O designer gráfico Márcio Oliveira Andrade, por exemplo, optou por utilizar o táxi quando viu que o preço indicado pelo Uber estava muito caro. “No Uber, o preço estimado para a corrida que eu faria, de cerca de 12 quilômetros, poderia variar de R$ 138 a R$ 181. De táxi, paguei apenas R$ 34,90”, contou.
A greve também intensificou as brigas e trocas de acusações entre os motoristas das duas classes. A Rádio Táxi Capital fez uma publicação em sua página de Facebook alertando os passageiros sobre a tarifa dinâmica do Uber. “Você sabia que no outro aplicativo, quanto mais corridas maior o preço da sua viagem? Não seja enganado!”, diz o texto.