O prefeito Rafael Greca assinou nesta segunda-feira (17) o novo decreto municipal em que Curitiba muda da bandeira laranja para a bandeira amarela durante a pandemia de coronavírus. Com isso, a partir desta terça-feira (18) serão flexibilizadas as atividades de comércio e serviços (veja tabela abaixo). A bandeira laranja estava em vigor desde 13 de junho.
Pouco após anunciar o retorno à bandeira amarela, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou mais 13 mortes e 447 novos casos de covid-19 no boletim epidemiológico desta segunda – agora, a capital soma 818 óbitos na pandemia e 27.657 casos confirmados da doença.
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O decreto 1080/2020 traz principalmente mudanças no horário de algumas atividades e libera o acesso do público a parques, praças e feiras. Escolas seguem proibidas de terem aulas presenciais. Pouco antes de assinar a alteração para a bandeira amarela, Greca ressaltou que a mudança não significa que Curitiba retorna à pela normalidade. Até o surgimento da vacina, cada cidadão terá de seguir com as medidas de prevenção do coronavírus: usar máscara, lavar as mãos, usar álcool gel, manter distância de 1,5 m de outras pessoas e, se possível, ficar em casa.
Bandeira amarela: o que muda?
A partir desta terça-feira, lojas de rua, galerias e centros comerciais poderão abrir das 10h às 20h. Já o horário dos shoppings será das 12h às 22h. Restaurantes, lanchonetes e bares poderão abrir das 6h às 23. Todos esses estabelecimentos poderão abrir todos os dias. Supermercados também voltam a funcionar aos domingos.
Essa escala de horários, segundo o novo decreto, é para tentar evitar as lotações nos ônibus – uma das principais preocupações de contágio de covid-19. Para isso, segue no decreto a resolução de que os ônibus não podem circular com mais de 50% da capacidade de tranporte de passageiros.”Os estabelecimentos comerciais deverão adequar o expediente dos seus trabalhadores aos horários de funcionamento definidos neste decreto, de modo a reduzir o número de pessoas transitando pela cidade ao mesmo tempo, evitando-se aglomerações no sistema de transporte, nas vias públicas e em outros locais”, define o novo decreto.
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Também podem voltar a abrir, respeitando os protocolos de prevenção ao coronavírus os parques, praças, feiras e escolas de natação. De acordo com a prefeitura, alguns parques terão menor restrição de uso e a reabertura será gradativa, respeitando regras de uso definidas pelas secretarias do Meio Ambiente e da Saúde. Os primeiros locais, que reabrem na terça-feira, são os parques: Tingui, Barigui, Barreirinha, Tropeiros, Guairacá, Mairi, Cambuí, Mané Guarrincha, Yberê, Lago Azul, Atuba, Passaúna, Tanguá, Bacacheri, São Lourenço e Náutico.
Já as casas noturnas, salões de festas, cinemas, teatros, circos e outro estabelecimentos de entretenimento seguem proibidos de funcionar com a bandeira amarela para evitar aglomerações.
Outra novidade da nova bandeira é em relação estabelecimentos com hospedagem. Hotéis, pousadas e hostéis voltam a abrir, mas com restrições. Só poderão hospedar metade de sua capacidade e com restrição de horário de atendimento.
As 24 feiras livres diurnas, gastronômicas e orgânicas que estavam suspensas, nos fins de semana, reabrem a partir de sábado (22/8). Todas as 89 feiras da capital têm de cumprir as regras estabelecidas pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar (SMSAN), como o uso obrigatório de máscaras, demarcação de espaço com fitas adesivas para garantir espaçamento de 1,5 m entre os clientes em frente às barracas e álcool em gel disponível em todos os quiosques. Veja o endereço das feiras livres em Curitiba.
Atitudes de cada um
Sobre as mudanças anunciadas nesta segunda-feira (17), a secretária municipal de saúde, Márcia Huçulak afirmou em entrevista coletiva virtual, que a manutenção da bandeira amarela nas próximas semanas em Curitiba, dependerá muito do bom senso, dos cuidados e das atitudes de cada pessoa perante as flexibilizações.
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“As pessoas vão ter que fazer autonomamente suas decisões. Eu acho que a gente precisa sair dessa coisa de que tudo proibido ou tudo é tudo facultado, no sentido que a gente precisa de uma consciência das pessoas. De pensar, puxa eu preciso fazer isso? Por exemplo, uma pessoa idosa que tem um problema de saúde. Será que ela precisa ir lá no shopping ou ela pode pedir para alguém ir lá comprar o presente?”, disse Márcia, que ainda reforçou a importância do uso de máscaras e de evitar aglomerações, em todos os locais.
A secretária também revelou que não imaginou que um dia seria responsável por ajudar a determinar horários e regras de funcionamento de atividades da cidade. “As pessoas tem que tomar atitudes e nós vamos cada vez mais sair desse momento, a medida que a sociedade vai diminuindo os casos. Não é nosso papel, nunca imaginei na minha (carreira), aos 34 anos na secretaria de saúde, que a gente ia ditar regra se funciona o shopping, horário em que funciona academia. Longe disso, a gente nunca teve a sua pretensão. O nosso objetivo aqui foi proteção do cidadão”, confessou.