Medida

Governador faz “jogo de promessas” e delegacias continuam cheias

Poucas horas depois da fuga de presos na delegacia de Colombo, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou a “antecipação” do plano de retirada de presos custodiados em distritos policiais e delegacias da Grande Curitiba, que começou em março e não deu certo. A determinação é de imediata retirada dos detidos, a começar por Colombo.

Porém, há duas semanas, o governo tinha assumido dificuldades para executar o plano, diante do fracasso da primeira tentativa de esvaziar as carceragens de todos os distritos policiais e delegacias de Curitiba, denunciado com exclusividade pelo Paraná Online. A promessa, firmada em 28 de abril, era de ação mais efetiva somente no início de 2015.

Comitê

Em 7 de março, o recém- criado Comitê de Transferência, composto pelas secretarias da Segurança Pública e da Justiça, trancou as carceragens dos distritos da capital com a promessa que não receberiam mais presos. Porém, naquele mesmo dia, o 1.º DP (Centro), recebeu novos detidos. No fim do mês passado, o insucesso da comissão ficou evidente, porque todos as carceragens esvaziadas estavam lotadas, algumas com número maior que antes da ação do comitê.

Em seu anúncio, Richa voltou a usar o mesmo argumento apresentado pelo comitê, em março, afirmando que os presos seriam levados ao Complexo Penitenciário de Piraquara. Entretanto, em abril, a nota enviada pela Polícia Civil, apontava que a solução só deveria começar no ano que vem, quando, segundo a promessa do governo, 20 penitenciárias seriam construídas.

Informações da Polícia Civil apontam que, na semana passada o número de presos em delegacias da região metropolitana era maior que 600. Somente em Fazenda Rio Grande, por exemplo, eram 89 detentos. Houve rebelião na carceragem no dia 1.º de maio e uma semana antes os policiais tinham descoberto um túnel feito pelos presos. Em Curitiba, neste domingo (11), a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFPV) era a que abrigava o maior número de presos, com total de 163. O 11.º DP (CIC) já estava com mais de 140. As carceragens do 1.º, 3.º, 5.º e 8.º DPs também estavam lotadas.

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