O mercado de golpes não para de crescer. Você piscou e já surgiu uma nova forma de bandidos invadirem dados pessoais por meio de aparelhos celulares. O mais novo método é a clonagem de chip, conhecida em inglês como SIM swap, em que golpistas ligam para as operadoras de telefone se passando pelo usuário e pedem pela ativação do número de contato em um novo chip. Com isso, o bandido consegue acesso a ligações, SMS e senhas, e pode até ativar o WhatsApp da vítima em um novo aparelho.

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O médico Bruno Beraldi, que sofreu o golpe nesta segunda-feira (25), conta que o primeiro indício do problema foi uma falta de sinal. “Eu achei que fosse um problema de torre, algo operacional. Isso era 11h da manhã, eu fui almoçar e, quando voltei, as meninas do consultório comentaram comigo que todos os celulares haviam caído, todas as nossas linhas”, explicou em entrevista para a RPC.

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Foi a partir disso que a ação dos bandidos começou a ser notada em suas redes sociais, a partir de publicações e mensagens que não estavam sendo feitas por Bruno. “Alguém colocou o meu número em um chip virgem e, a partir disso, a pessoa passou a ter acesso a todas as minhas informações, a todos os tokens e tudo que tinha direito”, conta. Ao entrar em contato com a operadora, Bruno foi informado de que o bandido havia feito a portabilidade se passando por ele. “A única forma de fazer essa transferência era tendo, por exemplo, uma selfie minha. Então não sei se usaram alguma foto da rede social ou algo assim”.

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Além do transtorno para resolver a situação, o golpe ainda trouxe prejuízos financeiros para o médico. Por meio das redes sociais, os bandidos fingiram a venda de celular e conseguiram com que seguidores fizessem o pagamento achando que estavam realizando a compra dos aparelhos. Além disso, a esposa de Bruno recebeu uma proposta, feita pelos golpistas, para ter de volta o acesso. “Minha esposa acabou negociando com eles a madrugada inteira, no dia seguinte também, e eu tinha cirurgia cedo e ela assumiu a negociação. Quando eu finalizei o procedimento, descobri que ela havia pago pra eles e recuperou a conta no Instagram”, aponta o médico.

Como evitar?

Segundo o delegado da Polícia Civil do Paraná, José Barreto, a melhor forma de se prevenir do novo golpe é ativar a autenticação em dois fatores em contas e aplicativos e que, de preferência, coloquem outra forma de recuperar as senhas, não sendo o número do telefone. “A partir do momento que o cibercriminoso conseguir pegar a linha telefônica, por meio desse golpe, ele pode resetar todas as senhas das redes sociais e ele vai receber por SMS [os códigos de recuperação] e vai conseguir acessar Instagram, Facebook e até WhatsApp”, ressalta. 

Dentro desse cenário, a principal dica é sempre buscar alternativas e formas de dificultar os acessos, colocando diferentes meios de recuperação de senha e autenticação. Além disso, é essencial sempre desconfiar. “Se alguém receber algum contato pedindo transferência financeira, liga pra pessoa primeiro, antes de fazer qualquer envio. E desconfie! Se aparecer o nome de um terceiro na hora de fazer a transferência, não faça. Fica o alerta da Polícia Civil do Paraná”, recomenda o delegado.

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