Quem mora em Curitiba não precisa embarcar no aeroporto Afonso Pena para realizar uma verdadeira viagem pelo mundo das comidas típicas de diversas nacionalidades. Nas feiras gastronômicas da Prefeitura, que ocorrem no Tarumã/Cristo Rei (quinta-feira), Capão Raso (sexta-feira) e Batel (sábado), comerciantes oferecem iguarias saborosas, muitas refletindo a influência dos imigrantes que formaram a capital.

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Alemanha

Aficionados pela culinária alemã encontram, nas feiras do Batel e do Tarumã/Cristo Rei, alguns clássicos oferecidos por Gerson Jourdani, dono do Currytiba Wurst. Prato típico de Berlim, o currywurst (R$ 16) é uma porção de salsichas alemãs vermelhas e brancas acompanhadas de batata frita e molho curry.

A fome é grande? Opte por um kassler (R$ 17), carne suína defumada, ou um leberkäse (R$ 17), bolo de carne típico da Baviera, ambos acompanhados de purê de batata, purê de maçã e chucrute. Também não faltam sanduíches, como o típico alemão (R$ 14), com linguiças vermelha e branca, chucrute, purê de batata e molho cury.

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Argentina

Quer iniciar uma discussão acalorada: pergunte a um argentino, a um chileno e a um boliviano qual é a empanada mais saborosas. Nas feiras gastronômicas de Curitiba, no entanto, dá para experimentar todas e chegar a sua própria conclusão.

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A versão argentina (R$ 8, a unidade), oferecida por Ana Flávia Koller de Paiva na feira do Tarumã/Cristo Rei, é frita na hora e vai carne moída, azeitona, tomate, ovos e orégano. “Acho mais crocante”, garante ela. Para acompanhar o clássico pastelzinho, um não menos típico molho argentino chimichurri, com salsinha, alho, orégano, pimenta calabresa, vinagre e azeite de oliva.

Bolívia

A versão boliviana da empanada tem nome e preparo próprios. As saltenhas (R$ 8, a unidade) são assadas e, além de carne, frango ou bacalhau, recebe ervilha, azeitona e ovo. “Mas o que a torna uma comida típica boliviana é a batata, que é acrescida no recheio. Só a saltenha boliviana traz”, explica Osvaldo Brasil, que comercializa a iguaria na feira do Tarumã/Cristo Rei. Já o molho de acompanhamento é o llajua, que tem como base uma pimenta típica do país vizinho.

Brasil

Acarajé, moqueca de peixe e bobó de camarão. Os famosos sabores baianos dão aquele toque brasileiro nas feiras gastronômicas da Prefeitura. Érica Vargas leva seu tabuleiro com porções generosas (ou melhor, seu minitrailer com motivos baianos) às feiras do Batel e do Cristo Rei. O carro-chefe, conta ela, é o acarajé, o bolinho de feijão recheado com salada, camarão, vatapá e caruru (R$ 12, a unidade).  “A moqueca de peixe (R$ 20) e o bobó de camarão (R$ 25) sempre são muito procurados e vêm acompanhados com arroz de coco, farinha de dendê, caruru e vatapá”, observa Érica.

Também são muito disputadas as tapiocas (entre R$ 7 e R$ 12). Há opções doces (coco, chocolate, morango, leite condensado) e salgadas (carne de sol, queijo, frango, calabresa, presunto e tomate).

Chile

Nas feiras do Batel e Tarumã/Cristo Rei, também estão presentes as empanadas chilenas do Olivar (R$ 8, a unidade). Assada, com carne em cubos e azeitona, a iguaria tem um detalhe a mais: “o toque levemente adocicado se deve às passas que fazem parte do recheio”, conta a atendente Patrícia Sanzovo.

Além disso, para acompanhar o pastelzinho um molho típico chileno, o pebre, que é feito com tomate, coentro, alho, pimenta verde, limão, azeite, cebola e salsinha.

França

A textura da massa é incrível. Fininha, mas encorpada e macia, sem quebrar fácil. Só estas qualidades já seriam bons motivos para saborear os crepes franceses servidos no trailer de Lourdes Martins, na feira do Tarumã/Cristo Rei. Mas a variedade de acompanhamentos também atrai fregueses de vários cantos de Curitiba.

Há recheios salgados, como presunto, mussarela, parmesão e ervas finas (R$ 10); queijo provolone, mussarela, parmesão, requeijão e ervas finas (R$ 10), mignon ao molho strogonoff, champignon e mussarela (R$ 10) e milho, bacon, requeijão e parmesão (R$ 10).

Também são oferecidas versões doces, como crepe de banana com Nutella, açúcar e canela (R$ 13) e morango com creme de chocolate e creme chantilly (R$ 13). Uma curiosidade: quando vendidos em palito, os crepes são chamados de “suíços”. Eles também são servidos por dona Lourdes (entre R$ 5 e R$ 5,50 a unidade).

Japão

Marilda Fumie Oda tem um “ritual” diário: enrolar arroz em alga marinha com os mais variados recheios. Afinal, seus sushis – de salmão, cream cheese, kani kama, pepino, manga ou atum – têm freguesia cativa na feira do Tarumã/Cristo Rei. “Vendo mais que comida japonesa. Vendo atenção com os clientes e cuidado com a qualidade”, afirma ela.

A comerciante oferece ainda pratos quentes como teppan yaki de picanha (a partir de R$ 43) e de frango (a partir de R$ 38), bem como yakissoba de frango (a partir de R$ 21). “Tudo é grelhado e o molho à base de shoyu é de ótima qualidade”, completa Marilda.

Porções de guioza de carne suína (R$ 16, com quatro unidades), o tradicional pastelzinho cozido no vapor, também são oferecidas, assim como bolinhos assados de azuki (feijão doce japonês), que tem sabor que lembra o do chocolate (R$ 10, porção com quatro unidades).

Peru

Quem observa o preparo do tradicional sanduíche peruano pan com chicharron (R$ 15) já fica com água na boca. “É hoje o nosso carro-chefe”, conta o proprietário do trailer El Ink, George Correa, em meio ao preparo do prato em que o pão do sanduíche típico peruano é recheado com pernil crocante fatiado com salsa crioula e batata doce.

Outras iguarias do menu, disponíveis na Feira do Tarumã/Cristo Rei, são o lomo saltado (R$ 20), feito com tiras de carne bovina ou de frango salteadas com cebola roxa, tomate, coentro e batata frita; e o tacu tacu (R$ 20), mistura de arroz e feijão fritos com lomo saltado. “O sabor todo especial do lomo se deve a mistura de pimenta amarela peruana e molho de soja”, revela George.

Polônia

Em frente ao trailer do Pierogi do Miro, tanto na feira do Batel como na do Tarumã/Cristo Rei, sempre há uma pequena fila. O pastel cozido originário da Polônia é oferecido com quatro opções de recheio (ricota, batata, frango e repolho) e três de molho (calabresa, champignon e branco).

Mas qual o segredo de tanto sucesso? “Seguir a tradicional receita polonesa, amassar corretamente e cuidar com a espessura. Assim, a massa fica leve. Sem falar, é claro, que o pierogi é cozido na hora”, revela Miroslaw Borek, o seu Miro, que oferece o pastel em porções (três a R$ 5,50; cinco a R$ 9; dez a R$ 18; e 15 a R$ 27).

Também há outras opções típicas polonesas como o bolo de carne klops (R$ 20) e frango recheado com linguiça Cracóvia e queijo (R$ 20).

Portugal

Alessandro Cordeiro, do Delícias de Portugal, não vence fritar um dos campeões de venda nas feiras do Batel e do Tarumã/Cristo Rei: o bolinho de bacalhau (R$ 6, a unidade). Segundo ele, há alguns segredos de família no preparo, mas o fato de ser um cod gadus morhua, considerado o mais nobre bacalhau, faz toda a diferença também.

Outro prato muito procurado é a bacalhoada (R$ 27), que, além do tradicional peixe, traz batata, salsinha, azeitona, cebola, alho e ovo. Também não faltam dois clássicos doces portugueses: o pastel de belém (R$ 5, a unidade) e o travesseiro de cintra (R$ 6).