O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ofereceu oito denúncias pela prática de estelionato contra sete investigados. Entre eles está uma servidora pública municipal de Curitiba, que prejudicou ao menos 142 pessoas que desejavam comprar uma casa da Cohab. Nas denúncias, foram narrados 77 fatos de estelionato.
A servidora foi exonerada e todas as denúncias foram recebidas pela 7ª Vara Criminal do Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba. A Vara também bloqueou os bens dos denunciados, que juntos somam cerca de R$ 1 milhão.
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Como funcionava o golpe
A investigação apurou que, entre 2015 e 2017, uma servidora municipal se apresentou como funcionária da Cohab-Curitiba e, junto com mais seis investigados, disse para as vítimas que tinha poderes para negociar os imóveis da Cohab com condições preferenciais.
Para agilizar os trâmites, a servidora cobrava das vítimas valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Além das cobranças indevidas, a servidora não estava trabalhando na Cohab e não tinha poder algum para negociar os imóveis.
Formação de quadrilha
Também foram apresentadas uma denúncia por organização criminosa e outra por lavagem de dinheiro. Além da servidora, integravam a quadrilha seis pessoas, que, inicialmente, foram vítimas da funcionária pública, mas que, quando viram que não receberiam seus imóveis e que também poderiam lucrar com o golpe, passaram a cooptar novas vítimas e ajudar a servidora pública a enganá-las.
Após receber o sinal do negócio, a funcionária pública – e posteriormente seus comparsas – chegavam a organizar reuniões com os interessados em adquirir imóveis. O intuito era evitar que o golpe fosse descoberto rapidamente.