A violência correu solta no final da noite de terça-feira, nas Moradias Cajuru. Por volta das 23h30, rapazes encapuzados cercaram cinco amigos, que estavam reunidos na Rua Taquara, e, sem dizer nada, descarregaram suas pistolas no grupo. Apenas uma adolescente, de 16 anos, conseguiu escapar dos balaços. Os outros quatro foram baleados.
Daniel Jonhy de Almeida da Silva, 17, e Wilian Carneiro de Souza, 20, tombaram no local. Agner Krissmam Ramos, 17, foi socorrido por populares, mas morreu a caminho do hospital.
Jéssica Marina Batista, 18, foi internada no Hospital Cajuru. A suspeita é de que o triplo homicídio seja conseqüência de brigas entre grupos rivais ou devido ao tráfico de drogas na região.
Conforme foi apurado pelos investigadores da Delegacia de Homicídios, os cinco amigos conversavam na rua deserta, quando foram surpreendidos pelos matadores. Os encapuzados se aproximaram a pé, armados de pistolas calibres ponto 40 e 9 milímetros.
Assim que viram as armas, as duas garotas e Agner correram. Daniel e Wilian não tiveram tempo de fugir e foram fuzilados na calçada. O tiroteio continuou, deixando muros e veículos furados de balas. Um dos disparos acertou de raspão as nádegas de Jéssica. Já Agner ainda foi baleado próximo de sua residência, na Rua Estevão Ribeiro de Souza.
Guerra
Os corpos estendidos, as manchas de sangue e os estojos dos projéteis espalhados pela rua indicavam que o Cajuru havia se tornado uma praça de guerra. Moradores declararam que têm medo de sair às ruas, principalmente à noite. O tráfico de drogas e a presença de jovens armados tornaram-se comuns na vila.
Familiares e conhecidos das vítimas comentaram que o grupo costumava se reunir nas ruas, durante a noite, muitas vezes para consumir entorpecentes. O pai de Daniel confirmou que o garoto usava drogas e tinha passagem pela Delegacia do Adolescente, por porte ilegal de arma. “Ele ficou 45 dias internado e saiu no início do mês”, revelou.
A delegada Daniele de Oliveira Serigheli, responsável pelas investigações, informou que a polícia irá ouvir testemunhas para apurar o que aconteceu e se for possível identificar os atiradores. Além das sobreviventes, pessoas ligadas às vítimas serão ouvidas para esclarecer que tipo de desavença pode ter motivado as execuções.
