A empresa Kango Brasil, responsável pelo fornecimento das cadeiras da Arena da Baixada e outros estádios que, em 2014, sediaram jogos da Copa do Mundo do Brasil, parece que está passando por sérias dificuldades financeiras. A empresa, que pertence a Mario Celso Keinert Petraglia, que é filho do presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, e tem sede em Curitiba, está devendo dois meses salários aos seus funcionários. A denúncia foi feita por um colaborador da Kango Brasil, à Tribuna, que não quis se identificar.
“Desde novembro que a não recebe os salários. Saímos das férias sem receber os salários de dezembro, o décimo terceiro e as férias. Além disso, eles não estão depositando o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). O pessoal que foi demitido também não recebeu. Simplesmente foram demitidos e pronto. É um absurdo e os donos da empresa estão cientes disso”, afirmou o funcionário.
Ainda segundo ele, as demissões começaram a acontecer nos últimos tempos, mesmo com a promessa dos responsáveis pela empresa garantindo que nenhum funcionário seria mandado embora.
“Não nos passaram nada. Em uma reunião, nos falaram que ninguém seria demitido e que era para todo mundo ficar tranquilo. Em seguida, começaram as demissões, atrasos salariais e dispensa em cima de dispensa”, afirmou. “Nas últimas semanas, os responsáveis pela empresa nem apareceram na empresa. Quando era para sair o pagamento, o responsável pelo RH da Kango Brasil reuniu os funcionários informando que os pagamentos não seriam realizados. É um absurdo”, finalizou.
Outro lado
O diretor comercial da Kango, Gelmo Medeiros, admitiu as dificuldades financeiras e explicou que a situação econômica e problemas de outras empresas acabaram atingindo os negócios. “Nós estamos em negociação com cerca de 20 funcionários demitidos para buscar o parcelamento da dívida trabalhista. Isso está sendo feito via sindicato”, garantiu.
Segundo ele, isso provocou as demissões. A empresa está em férias coletivas até o dia 10 de janeiro. Este ano, a meta é fazer uma reestruturação para fazer frente à crise. “Temos cerca de R$ 6 milhões para receber das cadeiras que colocamos nos estádios da Copa do Mundo no Amazonas e em Mato Grosso”, relatou.
Não bastasse isso, a empresa também forneceu cadeiras para as Olimpíadas do Rio e acabou levando calote de três construtoras que faliram. “Aí são mais R$ 1,2 milhão que temos para receber. Já ajuizamos e estamos aguardando, mas tudo isso demora”, ressalva.
De acordo com Gelmo, isso não significa que a empresa não vai cumprir com as responsabilidades com os funcionários. “Virou um círculo vicioso, mas vamos honrar o compromisso com os funcionários, via negociação com o sindicato”, assegurou.