Cerca de 200 pessoas participaram, debaixo de chuva, na tarde de domingo (21), de um protesto no Centro de Curitiba. O que era para ser uma ação a favor das Diretas Já e contra o presidente Michel Temer (PDMB), investigado por corrupção passiva, obstrução à Justiça e participação em organização criminosa, se converteu também em um ato contrário ao prefeito da capital, Rafael Greca (PMN).
A concentração teve início por volta das 14h, na Praça Santos Andrade. Encabeçada pelo movimento Frente Brasil Popular, a mobilização teve como pauta em comum com servidores municipais de Curitiba a manutenção dos direitos dos trabalhadores.
No caso dos servidores municipais, parte da categoria segue acampada em frente à Câmara de Vereadores, desde terça-feira (16), como forma de tentar barrar a aprovação do pacote de medidas de ajuste fiscal proposto por Greca. Entre as propostas do prefeito estão o congelamento dos salários dos servidores e a suspensão do plano de carreira.
“O problema dos servidores é efeito cascata do governo golpista”, disse Ana Terra, uma das organizadoras do ato, ao fazer referência às reformas trabalhista e da Previdência, defendidas pelo governo Temer. Os manifestantes seguiram em passeata pela Rua João Negrão, em direção ao Legislativo Municipal. A intenção, segundo o movimento, foi demonstrar solidariedade aos servidores acampados.
“É um apoio maravilhoso para nós. Estamos vendo o que está acontecendo no país e em Curitiba não como situações diferentes, mas como um desmonte geral da União, estados e municípios em relação ao direito dos trabalhadores. Toda a população está perdendo”, comentou a diretora do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), Maria Aparecida Martins Santos.
Ela assinalou que, além das propostas que atingem os servidores, a categoria também luta contra ajustes que podem impactar na população, como o aumento da alíquota de ITBI para a classe média.
Outro ato foi organizado pelo movimento CWB Resiste e aconteceu na Praça 19 de Dezembro, conhecida como Praça do Homem Nu. Ali, cerca de 40 pessoas se aglomeraram com guarda chuvas das 14h30 às 16h30. O objetivo também foi protestar contra o presidente Temer e contra as reformas trabalhistas. Já o protesto marcado pelo movimento Vem Pra Rua não chegou a ocorrer.
Colaborou: Raquel Derevecki