Desabafo

“Foi uma decisão solitária”, diz Greca sobre lockdown em Curitiba

Greca se emocionou ao anunciar lockdown em Curitiba
Prefeito se emociona ao anunciar medidas contra a covid-19 em Curitiba. Foto: Reprodução

“Foi uma decisão solitária e brotou do meu coração de prefeito. A Brasil adoeceu e Curitiba infelizmente está incluída e ninguém pode ser partidário da morte”, assim definiu Rafael Greca ao falar do aumento da rigidez no controle dos serviços em Curitiba para os próximos nove dias com a determinação do uso da bandeira vermelha no combate da pandemia. Pela primeira vez, a capital paranaense adota este tipo de situação neste um ano de covid-19 na cidade.

O desabafo do prefeito ocorreu ao telejornal Meio Dia da RPC neste sábado (13). Na oportunidade, Greca relatou os momentos que passou antes de publicar oficialmente um vídeo (veja aqui) que determinava o fechamento de várias atividades comerciais.

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No relato, ele diz que acompanhou os pedidos de autoridades médicas e da secretária de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak. “Percebi a aflição da Márcia e também vi o apelo na nota do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), no Conselho Regional de Enfermagem (COREN-PR) e do Ministério Público. Isso tudo foi muito valioso para que tomasse a decisão. Ao fazer isso, estamos cuidando dos nossos semelhantes e de nós mesmos. Ninguém pode ser partidário da morte”, disse Greca.

Ainda na entrevista, o prefeito reforçou que os noves dias em que o decreto tem vigência são suficientes para frear a propagação da variante brasileira do coronavírus, mas que pode ser postergada.  “Conforme ouvi do doutor Clóvis Arns (presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia), este vírus que estamos combatendo agora tem de 3 a 5 dias para se manifestar. Nós vamos avaliar ao longo destes nove dias a situação”, explicou Greca.

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Ajuda do governador e prefeitos

Rafael Greca disse na RPC que tem conversado com o governador Ratinho Júnior e prefeitos das cidades da região metropolitana para que os decretos sejam equilibrados e que as pessoas que circulam nos municípios possam seguir uma única determinação.

“É preciso que o governador avance fronteiras e estou aguardando a decisão. Peço os prefeitos da região metropolitana que façam o mesmo. A fila dos hospitais do Angelina Caron e do Rocio podem vir para Curitiba. Agora é a hora de termos solidariedade humana e precisamos ser solidários aos profissionais de saúde que estão cansados. Este ano é mais fácil do que o ano que passou, pois temos a vacina e esperança”.

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Neste sábado, os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) estiveram reunidos de maneira remota. Na oportunidade, o vice-presidente da Assomec e vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, pediu o apoio para que os decretos dos municípios venham a ser semelhantes ao de Curitiba. A perspectiva que 80% das cidades venham a fazer o mesmo a partir da próxima semana.

Ônibus podem parar?

Segundo Greca, não existe esta possibilidade, pois uma paralisação iria prejudicar profissionais que buscam o transporte público para trabalhar. “Não podemos parar o sistema, pois os profissionais de saúde precisam do ônibus. Acredito de 50 mil pessoas que trabalham nos hospitais utilizam o ônibus e desligar o transporte público é desligar o hospital. Falta é educação para vírus. Quem não cumpre as medidas são doentes, mas da cabeça. O único jeito é reerguer o Brasil é com distanciamento e vacinação”, finalizou o prefeito de Curitiba.