Informações sobre a disponibilidade de leitos exclusivos para a covid-19 em Curitiba ganhou a atenção da população porque o número de vagas livres serve de indicador para o controle do avanço da pandemia de coronavírus na capital. Só que um dado curioso sobre a formação de filas de espera por um leito de covid-19, mesmo com o sistema indicando que há vagas em hospitais, gerou dúvidas sobre a confiabilidade como é feita essa distribuição dos leitos na cidade.
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Não é por ordem de chegada do paciente? Não. A realidade é que os leitos não são distribuídos pela Central de Regulação – em Curitiba e nas 28 cidades da região metropolitana, a chamada central de leitos – e os critérios são mais complexos do que decidir quem chegou primeiro.
“Antes, há alguns anos, era assim. O paciente ia direto ao hospital em Curitiba e ocupava uma vaga, deixando esperando outro paciente em estado muito mais grave na região metropolitana. Agora, há uma central que distribui os leitos em 29 cidades, levando em conta diversos fatores que vão além da ordem de chegada”, explica o médico Pedro Almeida, diretor do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
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No caso das filas geradas nas últimas semanas em busca de leitos, Almeida diz que a ocupação segue critérios específicos. “Leva-se em conta o paciente, que é a nossa principal prioridade. Se ele é cardiopata e vai precisar de aparelhos específicos para esse acompanhamento, se é obeso e terá que ocupar uma cama maior, se vai precisar de cirurgia. São demandas que dependem de cada caso e, nem sempre, o leito que está disponível atende. Por isso, não é só uma fila por ordem de chegada, a vaga fica aberta para receber um caso que ela comporte”.
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Nesta terça-feira (30), segundo o boletim da prefeitura de Curitiba, a taxa de ocupação dos 374 leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19 era de 81%, com 70 leitos livres.
“A Sesa trabalha com a regulação de leitos agrupados em todo o estado. Curitiba pertence à rede estadual. Assim como há centrais reguladoras, por exemplo, em Araucária e Ponta Grossa. Quando há necessidade, Curitiba recorre ao sistema de distribuição da Sesa. A secretaria, por sua vez, também faz isso”, ressalta Pedro Almeida.
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Ainda segundo ele, “antes da pandemia Curitiba costumava atender demandas da Sesa com frequência. Agora, com a lotação por causa da covid-19, por vezes a busca pelos leitos tem se invertido”, aponta o diretor. Curitiba e as 28 outras cidades representam cerca de 3,6 milhões de pessoas. “Com o uso do sistema eletrônico de preenchimento de vagas, fica melhor distribuído. Um paciente que está na região metropolitana e precisa de uma vaga pode ocupá-la com mais chance de sucesso. O SUS tem as suas dificuldades, mas esse formato nos permite um planejamento que supera até o de outros países no combate da pandemia”, diz Almeida.
Pandemia em Curitiba
Nesta terça-feira, Curitiba chegou a marca de 109.079 casos positivos de coronavírus desde o início da pandemia. Os novos dados do boletim da SMS revelam que mais 722 novas pessoas foram diagnosticadas com a doença e mais 21 óbitos foram confirmados.
Entre as novas mortes, 9 são homens e 12 mulheres, com idades entre 41 e 93 anos. Todos estavam internados em hospitais da capital. Apenas uma vítima não tinha nenhum fator de risco para complicações da covid-19.