O fechamento do Colégio Estadual Prefeito Djalma Johnsson e sua mudança de endereço está causando polêmica em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Além do “embate” entre a gestão de ensino local e estadual sobre o futuro da instituição, agora outros pais se manifestaram em favor do fechamento. No início desta semana, a Tribuna do Paraná mostrou relatos de famílias que estavam insatisfeitas com o recado “bomba” sobre a mudança.
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Para estes pais, que são contra as medidas anunciadas, o aviso repentino do Núcleo de Educação sobre o futuro da escola causou um grande desconforto, já que o local será fechado e o bairro Rio Verde não contará com outra instituição para substituir o Djalma Johnsson.
Sem estrutura e segurança
No entanto, para outros pais, a mudança pode resolver os diversos problemas enfrentados pelos estudantes no atual prédio onde funciona a escola. Em um vídeo enviado por Jessica Limas, mãe de uma aluna do Djalma Johnsson, é possível ver uma sala de aula de madeira com sua estrutura balançando. Assista abaixo!
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Um laudo – também enviado pela mãe – realizado por uma equipe especializada em dedetização, revela que estas salas de madeiras estariam infestadas por cupins. Um orçamento teria sido realizado em 2021, mas até hoje, o governo do Estado não tomou nenhuma providência, ela relata.
Com uma filha matriculada no 6º ano da escola, Jessica diz: “A escola é ‘totalmente’ minúscula”. De acordo com ela, “o local não tem quadra de esportes para as crianças e nem área externa. As salas de madeira estão totalmente condenadas, chove dentro. E é frio demais no inverno, com calor infernal no verão”, critica.
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A mãe ainda relata que o prédio que sedia o Djalma Johnsson também abriga, na mesma estrutura, um Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) e imóveis de aluguel. Cansada da falta de condições, ela se posiciona contra os demais pais que não apoiam o fechamento e a transferência da escola.
“A escola está no meio dessa bagunça. Não tem estrutura. Agora o governo achou uma solução, elas (as crianças) vão para um lugar onde era uma escola particular. Todos os funcionários também vão para lá. Já foi falado que quem não quiser ir para o novo colégio, pode trocar de escola. Quem reclama, é por comodidade. O ensino não vai mudar por causa da distância”, conclui Jessica.
Qualidade do ensino
Apesar da discussão, quase todos os pais de alunos da escola parecem chegar a um consenso: “a qualidade de ensino é boa, o que falta é estrutura”, é o que diz Amanda Cristina dos Santos, que tem uma filha matriculada no 8º ano do Djalma Johnsson.
Para ela, que mora em frente à escola, o local não oferece as condições adequadas para um colégio, mas seus profissionais são ótimos. “É um pátio que não agrega muito, não tem cancha, tem salas de madeiras bem precárias, não é estrutura de escola. Entretanto, a coordenação, professores e o ensino são excelentes”, afirma.
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A opinião de Anderson Zilli não é diferente. A filha dele, de 11 anos, está no 6º ano do Colégio Djalma Johnsson. Segundo o pai, ela comentou que há pouco tempo, a trave do gol quase caiu em cima de alguns alunos, e também teve uma lâmpada que despencou na sala de aula. Situações como estas, fazem ele preferir uma estrutura melhor para a filha e seus colegas, apesar da comodidade de morar perto do atual endereço da escola.
“Não temos grandes reclamações em relação ao ensino, funcionários e professores, mas a estrutura deixa a desejar. O novo colégio é bem mais estruturado. Acredito que para o ensino público, é um grande avanço. Ninguém gostaria de perder a comodidade, mas entre isso e a estrutura para minha filha, prefiro a estrutura para ela”, comenta.
Distância de cinco quilômetros
Para muitas famílias, um dos motivos de tanta revolta é a distância para o novo local. O Colégio Estadual Djalma Johnsson deixará o bairro Rio Verde, onde funciona há pelo menos 16 anos e se mudará para o bairro Guaraituba, cerca de cinco quilômetros de distância.
Segundo os pais ouvidos pela Tribuna do Paraná, a Chefe de Núcleo e a direção da escola informaram que o governo estadual estaria estudando a possibilidade de firmar uma parceria entre o Estado e a Prefeitura de Colombo, para disponibilizar o transporte escolar gratuito para os alunos.
Amanda Cristina, conta que durante a reunião, realizada na última terça-feira (31), a chefe de núcleo comentou que “estavam estudando a possibilidade de ter um ônibus pela prefeitura, que pegasse as crianças no antigo prédio e levasse para a nova escola, mas não é uma garantia”.
Apesar de concordar com a falta de condições do local, ela entende a situação dos outros pais. “O que dificulta é a distância, para alguns pais ficará bem complicado. Para nós que temos carro, não dificulta tanto, mas para os demais, que precisam de outro meio de transporte, vai ser bem difícil. Eles deveriam ter dado um prazo maior para que os pais se programassem para esta transferência. Isso pegou todo mundo desprevenido”, comenta.
Vai ter “busão” para os alunos?
Em nota, a Prefeitura de Colombo informou que:
“A Prefeitura de Colombo sobre o transporte escolar:
Que a negociação é toda do Estado;
Que o Estado transferiu o Colégio para um novo espaço, distante da antiga unidade;
Que apenas os alunos já matriculados neste colégio poderão utilizar os transportes escolares do município;
Que gradativamente os estudantes deixarão de utilizar os ônibus, pois serão necessários apenas três anos para que eles concluam o sétimo, oitavo e nono ano;
Que estes alunos contam com outras opções de colégios próximos às suas residências.”