Os atendimentos de crianças com problemas respiratórios aumentaram nos últimos dias em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba. Os casos não são de covid-19, que por sinal teve seus casos ativos elevados no último boletim, e sim de viroses e infecções, mas o alto fluxo da pediatria gerou filas de até 3 horas, em alguns locais. Isso fez com que as administrações de hospitais, como o Hospital de Clínicas e Erastinho, solicitassem abertura de novos leitos para a Secretaria de Saúde da capital. No Hospital Pequeno Príncipe o aumento nos atendimentos foi de 170%. O movimento foi alto no domingo (24) e seguiu elevado nesta segunda-feira (25).
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A busca pelo atendimento pediátrico concentrou-se nos prontos- atendimentos dos hospitais e UPAs, ou seja, nas alas do atendimento de emergência. Os principais sintomas eram de faringite, febre, tosse, diarreia, infecção em vias aéreas superiores e sintomas gripais. Segundo o infectologista Victor Horácio Costa Júnior, do Hospital Pequeno Príncipe, a orientação é para os pais buscarem os consultórios e evitarem o congestionamento nos atendimentos das emergências. O médico também explicou que o clima de outono tem influenciado no aumento das doenças relacionadas com os sintomas citados.
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“O movimento aumentou muito em situações em que, não necessariamente, precisam do pronto-atendimento. A grande maioria pode ter acompanhamento e tratamento no consultório médico. Estamos tendo uma diminuição da temperatura, as pessoas ficando mais tempo em ambientes confinados, liberação do uso de máscara de uma maneira geral. Isso faz com que a gente volte a ter os quadros que a gente tinha anteriormente. Infecção por vírus, às vezes, influenza. É uma sazonalidade que a gente vive agora, mas nem tudo requer um pronto-socorro”, disse Horácio Costa ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC. O médico é um dos chefes da pediatria do Pequeno Príncipe.
Com a alta nos atendimentos, o Hospital de Clínicas informou ao Meio Dia Paraná, pela manhã, que solicitaria formalmente à prefeitura a ampliação do número de vagas pediátricas. O Hospital Nossa Senhora das Graças disse que o aumento nos atendimentos infantis foi de 70%. Já no Pequeno Príncipe, o aumento foi de 170% no domingo, com cerca de 400 atendimentos. O Erastinho também informou ao jornal que ocorreram vários atendimentos de crianças com os sintomas de doenças respiratórias.
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Nesta segunda-feira ainda foram registradas filas para atendimentos pediátricos nas UPAs dos bairros Boa Vista e Cajuru – esse com fila de espera de mais de 3 horas
E aí, prefs?
Segundo Flávia Quadros, superintendente da Secretaria de Saúde de Curitiba, esse aumento era esperado. “Era isso que nós tínhamos nos anos de 2019, 2018. Claro, ficamos em 2020 e 2021 com uma redução de casos por causa da pandemia, mas agora é um número esperado. É um volume grande, nós estamos dando conta de resolver estes encaminhamentos. É importante esclarecer que o pediatra não é obrigatório dentro dos nossos serviços de urgência e emergência (dentro das Upas). Temos alguns horários, sim, com pediatra para cuidar das crianças graves, mas o clínico lá da UPA, qualquer médico que está atendendo, pode sim fazer atendimento de urgência e emergência pediátrico também”, explicou a superintendente ao Bom dia Paraná desta quarta-feira (26).