Na bronca

Famílias protestam contra atrasos e descaso em obra de prédio “chique” no Ecoville

Foto: Arquivo Pessoal

Noventa e seis famílias estão revoltadas com o rumo de um empreendimento no bairro Mossunguê (Ecoville), em Curitiba. Com o atraso nas obras e quase zero de respostas, os futuros moradores do Condomínio Parque Ecoville fizeram na manhã deste sábado (13), um protesto em frente ao stand de vendas da Gafisa, uma das construtoras responsáveis pelo prédio.

A construção do Condomínio Parque Ecoville, localizado na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 4400, das incorporadoras Agre e Gafisa, esta última também responsável pela construção, foi erguido em um terreno com cerca de 30 mil metros quadrados, próximo ao Terminal do Campo Comprido. Serão no total seis torres, três com 21 andares e outras três com 20, totalizando 744 apartamentos.

+ Leia mais: Vereador de Curitiba propõe dividir despesas das calçadas entre município e moradores

A construção é dividida em fases e para os moradores da torre 5, a previsão de entrega do imóvel era para dezembro de 2019. No entanto, 14 meses depois, as chaves ainda não foram entregues aos moradores. Adriano Henrique Gohr, advogado, 46 anos, participou da comissão que busca solucionar os problemas com a empresa.

No caso dele, o financiamento que foi realizado pela Gafisa era de um valor na época da assinatura do contrato, e com o atraso na obra, o dinheiro financiado aumentou em R$ 52 mil. “A entrega prevista era para dezembro de 2019, mas pararam a obra seis meses antes e retomaram no fim de 2019, com outras paradas na pandemia. Muitos fizeram o financiamento direto com a construtora e deveria ter sido quitado em janeiro de 2020. No entanto, para financiar é necessário ter o habite-se e até hoje não temos. O problema que estes contratos tem uma incidência do IGP-M como de juros. Antes, eu tinha um saldo devedor de R$ 320 mil em janeiro que iria quitar com duas cartas de crédito e teria um residual para pagar ITBI. Com este atraso, o meu saldo devedor é de R$372 mil e minhas cartas de crédito já não cobrem mais. São 96 pessoas na mesma situação”, relatou o Adriano.

Poucas respostas da construtora

As famílias que estão com o mesmo problema estão revoltadas com a falta de respostas por parte da incorporadora. Além disso, querem resolver a pendência financeira que aumentou com os juros empregados no financiamento.

+ Veja também: Crianças e adolescentes passam a receber vacina de Oxford em nova fase de testes

“Queremos conversar com eles para que nos deem uma resposta concreta e não somente por e-mails prontos. Eles alegam que deram entrada na averbação do habite-se em novembro, o que não procede, pois, o prazo é de 30 dias ou no máximo 60. A gente não tem a chave e não tem como pagar, pois, queremos negociar a multa. Eles estão enrolando”, comentou o advogado e futuro morador do condomínio.

Fala Gafisa!

A Tribuna do Paraná procurou a Gafisa e por nota relatou que os clientes estão sendo comunicados sobre os trâmites e que individualização das unidades deve ser concluída em até 10 dias úteis. “Em relação à situação do empreendimento Parque Ecoville – torre Passaúna, esclarecemos que os clientes estão sendo comunicados sobre todos os trâmites e que a individualização das unidades deve ser concluída em até 10 dias úteis, segundo informado pelo cartório nesta sexta-feira, 12/2. Os prazos habituais se tornaram mais lentos em função da pandemia, situação que tem atingido todas as construtoras”, diz a nota.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna