Os horários de vacinação aos domingos não engrenaram em Curitiba e a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, lamentou a falta de adesão e até de respeito com os profissionais da saúde que deixam suas casas para ficar à disposição da população. Na tarde do último domingo (25), a prefeitura chegou a ter de liberar boa parte dos profissionais de saúde que aplicariam as doses de tão baixo era o movimento nos 21 postos de vacinação da capital. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o sábado (24) também teve movimento baixo.
Neste final de semana não há vacinação em Curitiba. A capital retoma nesta segunda-feira (3) a aplicação da primeira dose em idosos, nos grupos de 62 a 60 anos, que estava suspensa desde quarta-feira (28).
LEIA TAMBÉM:
>> Paraná recebe lote com 424 mil doses de três tipos de vacina nesta segunda-feira
>> >> Paraná altera Plano de Vacinação e inclui vacina Pfizer e grupos com comorbidades
“Nós nos preparamos para aplicar até 20 mil doses no último domingo e aplicamos só 7 mil, quase um terço do que havíamos planejado”, lamenta a secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak. “Essa situação é difícil, porque a gente quebra a cabeça para organizar as escalas das equipes para uma determinada quantidade de pessoas e não aparece nem metade do planejado”, complementa a secretária.
Só no último domingo, a Secretaria Municipal de Saúde convocou 750 profissionais para trabalhar na vacinação, o que gera custos ao cofre da prefeitura no pagamento de horas extras. “As pessoas foram cuidar da vida e deixaram a vacinação para outro dia. Só que há custos nisso, afinal, a secretaria tem que ficar equilibrando pratos do ponto de vista fiscal”, enfatiza Márcia.
A secretária comenta ainda sobre a vida pessoal de cada profissional, que deixa o convívio com sua própria família no momento de folga para vacinar e ao fim praticamente não tem o que fazer no posto de vacinação. “Mesmo a gente liberando eles do trabalho de tarde por falta de gente para vacinar, o dia de folga do profissional já foi quebrado. Ele não vai ter mais como aproveitar o dia com a família ou para fazer algo para si mesmo”, lamenta a secretária de Saúde.
Márcia também aponta a baixa adesão até aqui na imunização do público alvo da primeira fase da vacinação da gripe. “Está muito baixo o número de crianças, grávidas e puérperas [mulheres que deram a luz recentemente] nos postos de vacinação”, critica. A vacinação da gripe em Curitiba começou no dia 12 de abril em dez unidades de saúde. A vacinação na primeira fase é para crianças de 6 meses a menores de 1 ano, gestantes, mães que deram a luz em menos de 45 dias e profissionais de saúde que atuam diretamente no tratamento de pacientes com sintomas respiratórios.
Um mês de campanha
A aplicação de vacina de domingo a domingo foi implantada pelo governo do estado no dia 26 de março. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), no período de um mês, totalizando cinco finais de semana, foram aplicadas 529.615 doses da vacina de Covid-19 apenas aos sábados e domingos, média de 52 mil por dia. No total, 317 dos 399 municípios do estado aderiram à campanha, fazendo aplicação ao menos em um final de semana inteiro.
Além da vacina de domingo a domingo, o governo também lançou no começo de abril a campanha Corujão da Vacinação, com aplicação de doses até meia-noite em algumas cidades.