Quatro mortes

Ex-policial envolvido em tragédia na Linha Verde tem pedido de extradição

Imagem mostra um grave acidente na Linha Verde, com muitas viaturas.
Viatura dirigida pelo homem com pedido de extradição estava acima do limite de velocidade. Quatro pessoas morreram no acidente. Foto: Arquivo/Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Um pedido do Ministério Público do Paraná foi aceito pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. Trata-se de um mandado de extradição de um homem denunciado pelo crime de homicídio doloso (dolo eventual), que estava foragido nos Estados Unidos. O homem era o então policial envolvido em um acidente gravíssimo registrado na Linha Verde, em 2018. Neste caso, quatro pessoas morreram depois que uma viatura atingiu e destruiu um ponto de ônibus, bem próximo do viaduto com a Avenida Comendador Franco.

O acidente, registrado em julho de 2018, ocorreu na Linha Verde. O homem que está com o pedido de extradição em andamento conduzia a viatura policial em velocidade acima da permitida. Na época dos fatos, ele era policial militar mas, ao sair do país, desertou-se da corporação.

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Segundo o Ministério Público, ao tomar conhecimento de que o réu estaria residindo no estado norte-americano de Utah, a 3ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida requereu a inclusão de seu nome na lista da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Recentemente, foi comunicado à unidade ministerial que o denunciado se encontrava detido naquele país por violação de leis migratórias. O pedido de extradição será formulado pelo Tribunal de Justiça, a partir do Setor de Cooperação Jurídica Internacional, em resposta ao pedido da Promotoria de Justiça de cumprimento do mandado de prisão já existente contra o policial.

O homem era o policial envolvido em um acidente gravíssimo registrado na Linha Verde, em 2018, quando quatro pessoas morreram depois que uma viatura atingiu um ponto de ônibus. Foto: Arquivo/Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Crime em julho de 2018

Na data do crime o policial militar estava lotado na 3ª Companhia do 20º Batalhão da Corporação. O MPPR sustentou na denúncia, oferecida em fevereiro de 2019, a prática de homicídio doloso qualificado por ter resultado em perigo comum. O processo está registrado sob número 0026594-64.2018.8.16.0013.

Relembre o caso

O acidente gerou grande repercussão na época e uma série de desdobramentos. Em um dos casos o delegado que investigava o caso na época informou que os então policiais tinham mentido sobre uma falsa ocorrência que justificaria a velocidade elevada. Um laudo apontou posteriormente que a viatura estava acima do limite permitido sem um motivo aparente.

Quem eram as vítimas?

Vergínia e Elizandra
Vergínia e Elizandra voltavam do hospital. Foto: Arquivo/Reprodução/Facebook.

As vítimas do acidente estavam num ponto de ônibus às margens da rodovia e foram atingidas pela viatura, que também bateu em outros dois veículos. Elizandra Maltezo Araújo Lustoza, de 32 anos, voltava do hospital com a sogra, Vergínia Gouvea Enes, de 67. As outras duas eram Fabiana Maria da Silva, de 29, e Franciele Aparecida dos Santos, de 33, ambas operadoras de telemarketing que voltavam para a casa.

O que a PM na época do crime?

Em nota logo após o acidente, a Polícia Militar informou que o agente que conduzia a viatura tinha sido retirado de suas funções normais, prestando serviços administrativos, e o passageiro está completamente afastado da PM. Logo depois, desertou-se da corporação.

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