A imersão no mundo dos negócios se faz cada vez mais importante para quem busca empreender. Como a Tribuna do Paraná mostrou, cerca de 52 milhões de brasileiros têm um negócio próprio, mas mais do que assumir o risco de empreender é importante abrir os horizontes para saber quando agir de forma diferente e também, entender se o que vem sendo feito está correto. Estas e outras reflexões foram provocadas pelos palestrantes durante o Meeting de Empreendedorismo, evento realizado quarta-feira (30), no ExpoUnimed, em Curitiba.
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O economista Samy Dana o primeiro palestrante, mostrou aos empreendedores que o mercado mudou e tem passado por mais mudanças a todo o momento. “Hoje em dia as empresas têm passado por ondas fortes de dissolução, pois a cadeia de valor está desacoplada e isso faz com que os consumidores mudem suas atitudes, impactando diretamente em quem tem um negócio”, deixando claro que não é preciso uma besteira muito grande para que uma empresa quebre. “Mas sim uma decisão errada”.
O nadador, escritor e palestrante Joel Jota trouxe também a reflexão de que muitas pessoas precisam entender suas carreiras como um todo. “As pessoas precisam entender a importância de estarem sempre presentes e o que tem por trás de estar sempre presente. Não dá para ser produtivo sem antes ter uma boa performance, portanto, busque sempre ter direção, eliminar o que te fragiliza, o que é excessivo, e tire distrações”, explicou.
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O palestrante defendeu que as pessoas precisam ganhar elementos de performance para, também, ter tração e velocidade em seus projetos. “O que eu percebo é que muitos empresários querem ser rápidos, mas tropeçam porque não têm direção. É preciso ter performance para executar as coisas de maneira correta”, disse ele, destacando ainda que ‘ter uma meta’ nem sempre é suficiente. “Meta por si só não é suficiente, porque uma pessoa que consegue e outra que não consegue podem ter a mesma meta. A diferença é método, que só com o aumento de suas performances podem conseguir”.
Aprender a lidar com as adversidades e ser protagonista do seu próprio negócio foi o que deixou de ensinamento a empresária Rosi Dantas. “As pessoas precisam entender que elas dependem só delas, não de terceiros. Seja você mesmo o protagonista do seu negócio e seu esforço vai ser o que te dará lucros”, disse ela, destacando que quando a pessoa quer, ela faz acontecer. “O que eu tenho hoje não é fruto de talento, mas esforço, de compreender o meu papel”.
Sobre as vendas, a empresária destacou a importância de que as pessoas não tenham, antes de mais nada, preconceito com elas próprias. “As pessoas têm que parar de ser preconceituosas em serem vendedoras. No fundo, as pessoas que acham que ‘não dão para serem vendedoras’ sentem é medo de ouvir não. Mas o não para o vendedor é igual sangue para um médico, igual graxa para um mecânico. E a gente pode levar mil nãos, mas 100 sim fazem que a gente seja milionário”, comentou.
O procurador da República foi mais ou menos no caminho que Rosi, que fez o público refletir, e exemplificou a partir da força-tarefa Lava Jato. “Assim como na Lava Jato, que fez com que nós olhássemos e tivéssemos um diagnóstico do que estava acontecendo no Brasil, as pessoas precisam também ter um diagnóstico do que acontece em suas empresas”, disse.
Ainda de acordo com a avaliação de Dallagnol, as pessoas precisam realmente assumir o protagonismo de seus negócios sim, mas de forma séria. “Não pode se acostumar com o que está errado, nem se acomodar. As pessoas precisam tirar a bunda da cadeira, assumir o protagonismo e arregaçar as mangas para fazer um país melhor”.
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A investidora Camila Farani disse que Curitiba tem um grande celeiro de bons empreendedores e startups e que o primeiro passo para quem quer empreender é entender qual é o seu perfil, principalmente quando se quer investir. “É importante entender que o investimento serve para que você possa atingir outros patamares, mas antes de tudo as pessoas têm que investir de forma pequena, ir aprendendo, tateando, estudar bastante e quando começar a se sentir mais confortável, arrisca mais”.
Camila também destacou, aos que trabalham em casa, que é importante sempre encontrar um meio termo. “Trabalhar em casa hoje já passou a ser uma nova modalidade de trabalho, mas que tem impactos positivos e negativos. Principalmente quado você está nascendo, pode ser muito bom para que diminua suas despesas. Na vida pessoal e profissional temos que buscar também o equilíbrio, mas é claro que uma coisa sempre acaba impactando na outra. Pensar sempre onde é que você quer estar daqui um ano”.
Poderosa foi destaque
Como o próprio organizador do Meeting de Empreendedorismo, Luiz Fernando Coimbra, definiu, Anitta foi a grande surpresa do evento. “Quando comecei a ler e receber informações sobre a Anitta e a startup dela, quis estudar mais a fundo e percebi que tinha um potencial muito grande. Recebemos críticas de gente que não sabia do que ela fazia, que é uma gestora de pessoas, processos e planejamento estratégico. Certamente para as pessoas que não sabiam quem era Anitta, acredito completamente que viram outra versão dessa artista, é a Anitta empreendedora, estratégica”.
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À Tribuna do Paraná, Anitta comentou que desde o começo sempre teve em sua cabeça as expectativas de onde poderia chegar, mas também calculando riscos. “A gente sempre fica com estes dois lados, pensando mesmo nos riscos, que tem que ser colocados em jogo. Tudo faz parte de dar um pontapé na vida, encarar uma mudança, mas eu encaro isso com prazer e a vida é isso: escolhas. A gente tem que estar sempre em movimento”. Veja a entrevista completa:
Conforme a cantora, que pode ser considerada como um dos grades cases de sucesso que ultrapassou as barreiras da música, cada vez mais ela tem participado de eventos como o Meeting, pois assim também pode mostrar um lado seu que pouca gente se interessa em conhecer. “Tem sido cada vez mais comum, pelas pessoas saberem que sou minha empresária, que eu cuido da minha carreira. Acho muito legal abrir os meus horizontes e mostrar para as pessoas um outro lado que elas ainda não conheçam”.
Anitta, que disse ter planos de parar sua carreira musical no auge e que pretende realmente focar em outros objetivos, disse que é importante que as pessoas não se prendam a um estilo de empreendedorismo para que tenham sucesso. “A primeira dica é pensar fora da caixa. Mas junto disso, tenha muita força de vontade, determinação, foco. Por fim, encontre o seu proprio caminho, sua própria formula do crescimento”.
Ano que vem tem mais!
Além dos palestrantes citados na reportagem, o Meeting de Empreendedorismo 2019 teve, ainda, o empresário e fundador do Instituto Brasileiro de Coach José Roberto Marques. Já um dos temas mais conflituosos do momento, a reforma trabalhista, foi tratada por Marlos Melek, que falou sobre como transformar suas dívidas em diferenciais competitivos. Por fim, Anderson Godz palestrou sobre Negócios Velozes, Sócios Furiosos.
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Conforme o organizador, a segunda edição do Meeting de Empreendedorismo já está sendo planejada. “Ficamos muito felizes, porque conseguimos contribuir demais com as pessoas que vieram. É um projeto que vai funcionar a longo prazo, mas que no ano que vem não vamos ficar só em Curitiba, faremos outras quatro cidades pelo Brasil”, comentou Luiz Fernando Coimbra, destacando que já tem três nomes confirmados. “Vamos trazer um case de sucesso em filosofia, outra pessoa que explique como faturar seis dígitos em sete dias e temos também alguém criativo, de marketing. Já fechamos estes três nomes, mas ainda não podemos divulgar”.
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