Cerca de 100 estudantes de quatro universidades de Curitiba vão passar 32 horas do fim de semana criando aplicativos tecnológicos que possam ser úteis para moradores da cidade. São 23 equipes formadas por até cinco alunos de graduação que se inscreveram para participar do Hackathon Curitiba, competição de programação aberta na manhã deste sábado (10), na Universidade Positivo (UP). A maratona termina no fim da tarde de domingo (11), quando serão conhecidos os vencedores de cada categoria (mobilidade, saúde, cidadania/acessibilidade).

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“É o maior evento desse tipo já feito no Sul e um dos cinco maiores do Brasil. Uma cidade não se torna criativa apenas porque uma gestão deseja, mas sim criando um ambiente que seja favorável à cultura da inovação”, afirmou o prefeito Gustavo Fruet na abertura do Hackathon. Fruet destacou a parceria com as universidades e elogiou o envolvimento dos participantes. “A resposta foi muito rápida, há uma busca cada vez maior das pessoas por participação e esses estudantes encararam o desafio”, completou.

A organização do evento é feita pela Prefeitura, por meio da Secretaria da Informação e Tecnologia (SIT), em parceria com a UP, Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) e Sebrae-PR. Entre as premiações para os vencedores estão oportunidades para o desenvolvimento da ideia, como, por exemplo, pré-incubação na Agência PUC de Inovação, um ano de acompanhamento e formação (mentoring) pelo Sebrae-PR e 15 bolsas de pós-graduação da Universidade Positivo. Os vencedores também serão convidados a demonstrar suas ideias para o grupo de investidores do Comitê Internacional de Inovação da Fiep, quando poderão receber até R$ 500 mil em investimento por projeto.

As bases de dados utilizadas no evento estarão disponíveis para download no site da Prefeitura. “A nossa política de dados abertos começa a se tornar realidade. A partir desse evento podemos fornecer informações de forma mais dinâmica para a população e marcar Curitiba como uma cidade líder em transparência”, destaca o secretário da SIT, Paulo Miranda.

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Ambiente

Pelo salão onde está sendo realizado o evento, notebooks, fones de ouvido e outros apetrechos tecnológicos dividem espaço com almofadas e travesseiros. A organização da competição oferece lanches e café, mas houve também quem preferisse trazer salgadinhos e chocolates de casa. Para dar uma folga aos pés, alguns tiram o tênis e é preciso tomar cuidado para não tropeçar em mochilas, sacolas e até mesmo coolers trazidos pelos participantes. Para a hora de lazer, dois videogames estão à disposição.

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Estudante de Sistemas de Informação na PUC-PR, Thiago Oliveira se juntou com colegas de curso e um aluno de Publicidade e Propaganda para participar da maratona. Ele aposta na troca de experiências para criar o aplicativo. “A publicidade pode nos ajudar a trabalhar com conceitos de marketing e design, e mesmo dentro da minha área existem várias especialidades diferentes”, diz. Ao lado da mesa, uma pilha de travesseiros chama a atenção, mas o participante garante que os objetos serão pouco utilizados: “Já participei de maratonas para o desenvolvimento de jogos e você tira no máximo sonecas. Cochila uma hora, mas logo precisa voltar”.

Carolina Toppan ficou sabendo do evento pela página da Prefeitura no Facebook. Acostumada a virar as noites para dar conta dos trabalhos acadêmicos, a estudante de Arquitetura e Urbanismo da PUC-PR está preparada para o desafio, que marca sua estreia em eventos do tipo. Na equipe, ela conta com a ajuda de colegas que entendem de programação na busca de soluções para a cidade. “Tenho algumas ideias de como melhorar, mas individualmente é mais dif&iacut,e;cil. O legal de desenvolver um aplicativo é que você tem que ser objetivo, saber o que realmente importa e aquilo que vai conseguir fazer”, fala.

Todas as equipes contam com mentores para ajudar no desenvolvimento das ideias. Nas palavras do professor da UP Marcelo Szostak, o objetivo é dar o caminho das pedras aos alunos. “Por mais que eu tenha o conhecimento, não posso executar, o que eu preciso fazer é ajudá-los a pensar”, explica. O professor acredita que os desenvolvedores não devem ficar apenas dentro de casa: “Hoje as pessoas estão focadas em momentos individuais nos seus tablets e computadores, por isso que a interação do Hackathon e os contatos que ele proporciona são muito importantes”.

A competição

Cada equipe do Hackathon é composta por três a cinco integrantes, todos estudantes de uma mesma instituição de ensino. Para estimular a interdisciplinaridade recomendou-se que essas equipes fossem compostas por alunos de mais de um curso de graduação relacionado às três categorias de desenvolvimento.

Os juízes da competição foram indicados pela Prefeitura, Sebrae-PR e patrocinadores do evento. A pontuação atenderá a critérios de qualidade técnica e viabilidade, além das especificações de uma lista de funcionalidades desejadas (wish list). O produto vencedor será aquele que, após as 32 horas ininterruptas de programação, conseguir maior pontuação na avaliação dos juízes. Equipes compostas por alunos de mais de um curso de graduação receberão pontuação adicional.

Ainda neste ano serão realizadas mais três edições do Hackathon voltadas para as startups, estudantes do ensino médio e um evento reunindo os vencedores das rodadas anteriores. A próxima edição será realizada no campus da PUC-PR.