Enquanto aguardava por uma encomenda de droga dentro de seu carro, o estudante Leonardo Camilli, 26 anos, conhecido como “Macaco”, foi assassinado a tiros, na noite de quinta-feira, no Cristo Rei. Ele estava acompanhado da namorada, de 15 anos, que não se feriu. O veículo estava parado na esquina da Rua Atílio Bório com a Avenida Affonso Camargo, em frente ao prédio de classe média, onde a vítima morava com os pais, que são empresários.

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A polícia trabalha com várias linhas de investigação para o crime, mas a principal é de que o rapaz tenha sido morto por um traficante. Segundo o delegado Joel Bino de Oliveira, da Delegacia de Homicídios, Leonardo estava dentro do Corsa placa AHL 2778, por volta de 23h45, quando um automóvel parou ao seu lado. Um dos ocupantes do carro disparou três tiros no rosto do rapaz, que morreu no local. A namorada do estudante, que estava sentada no banco do passageiro, não foi atingida.

O delegado informou que a adolescente não soube descrever as características do carro dos suspeitos, mas testemunhas contaram que era um veículo vermelho. “A menina foi encaminhada ao Conselho Tutelar e será intimada a prestar depoimento formal na delegacia, acompanhada de um conselheiro ou dos responsáveis”, disse o delegado.

A jovem também disse à polícia que começou a namorar o rapaz há cerca de dois meses e não o conhecia muito bem. A mãe do garoto ficou em choque ao saber da morte do filho e teve de ser atendida por socorristas do Samu.

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Vício

Os parentes de Leonardo afirmaram à polícia que ele era viciado em crack há pelo menos oito anos. Como nenhum objeto foi levado da vítima, acredita-se que o crime tenha relação com o tráfico de drogas. “Ele furtava objetos de dentro da própria casa para trocar por droga”, informou o delegado.

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Pouco antes de ser assassinada, a vítima teria conversado com o porteiro do prédio. Ele contou que o rapaz estava bastante agitado e parecia estar sob efeito de drogas. Leonardo chegou a comentar que a encomenda seria trocada por um laptop e um aparelho de DVD, além de um aparelho de som que teria sido furtado da família.

Crimes interligados

Conhecidos da vítima contaram que, há cerca de dois meses, Leonardo trocou tiros com um traficante conhecido como Ramon, que teria tentado invadir o prédio para cobrar-lhe uma dívida de R$ 2 mil. Ramon seria ex-namorado da menina Leidi Daiane da Silva, 20, assassinada na madrugada de sexta-feira da semana passada, no Uberaba.

A polícia não confirmou as informações, mas o superintendente Dilso Morgerot disse que a mãe de Leidi trabalhava na casa da família de Leonardo, e Ramon, que é tido como o principal suspeito de matar Leidi, pode também estar envolvido na morte do estudante. “Vamos cruzar as informações para tentar descobrir se é a mesma pessoa e se está envolvido nos crimes”, garantiu Dilso.