Embora seja considerada roteiro turístico, em função da natureza e com passeios para visitantes, a Estrada Ecológica de Pinhais tem sido usada para desova de corpos. Ontem de madrugada, mais um jovem foi encontrado morto na região, com dois tiros na cabeça. Com ele, são 17 corpos achados no percurso de 7,2 quilômetros entre a Rodovia João Leopoldo Jacomel e a Estrada da Graciosa, em dois anos.
O caminho foi inaugurado em 2004 e oferece passeios, principalmente a grupos de terceira idade. Pela estrada – boa parte de chão – os turistas podem apreciar a natureza e conhecer atrativos da região, mas correm o risco de se deparar com um cadáver ensanguentado. Foi o que aconteceu por volta da 1h de ontem, quando algumas pessoas encontraram o corpo do desconhecido, de aproximadamente 20 anos. O jovem encontrado morto ontem tinha cabelos curtos e enrolados, pele parda, 1,70 metro e pesava cerca de 60 quilos. Vestia camiseta preta, bermuda de surfista vermelha e preta, e chinelo marrom.
Dificuldade
Desde o início do ano, três pessoas foram assassinadas ou desovadas na Estrada Ecológica. Ano passado, foram oito corpos e, em 2010, seis. “É uma região erma, pouco iluminada, cercada de vegetação e sem moradores nas imediações. Os criminosos se aproveitam, porque dificilmente alguém consegue ver alguma coisa”, explicou o delegado Fábio Amaro.
O delegado comentou que, muitas vezes, a vítima não é moradora de Pinhais e o corpo permanece por semanas, sem identificação, no Instituto Médico Legal, até ser enterrado como indigente. “Isso praticamente impossibilita nosso trabalho, porque ficamos sem o histórico da vítima para traçar uma linha de investigação”.
Outros
Na noite de 26 de janeiro, um homem que permanece sem identificação foi amarrado, amordaçado e morto a tiros na estrada. A outra vítima foi Rodrigo da Rosa Martins, 22, encontrado morto, com as mãos e os pés amarrados, parcialmente carbonizado e um tiro na cabeça, no dia 11.
