A estiagem está castigando a cidade histórica da Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. Na localidade, que tem cerca de 42 mil habitantes, a falta de chuva vem sendo motivo de preocupação desde novembro. A situação, porém, se agravou nos últimos meses, fazendo com que a prefeitura chegasse a decretar estado de emergência.
“Nos últimos dias a situação amenizou um pouco, pois houve precipitações fracas e o frio fez com que o consumo de água diminuísse. Porém, continuamos de prontidão, mantendo quatro caminhões-pipa na cidade”, diz o diretor de operações da Sanepar, Wilson Barion.
Na Lapa, o abastecimento é feito por dois poços artesianos, com capacidade de produção de cem metros cúbicos de água por hora, e duas barragens – do Piripau e do Stinglen -, também com capacidade de até cem metros cúbicos por hora. Atualmente, em função da seca, as barragens estão trabalhando com uma produção de cerca de 60 metros cúbicos por hora.
O consumo diário da cidade é de 3,5 mil metros cúbicos de água. “Mesmo nos dias mais críticos não houve desabastecimento na Lapa. Para evitar problemas no futuro, estamos trabalhando na abertura de um novo poço artesiano, com seis quilômetros de tubulação e capacidade de produção de 90 metros cúbicos. Deve ficar pronto até o final de agosto. No momento, tem servido para abastecer os caminhões-pipa”, explica Wilson.
Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, o fim de semana deve ser de tempo seco e frio na Lapa, podendo ocorrer chuvas ocasionais, sem muita força, no final da tarde.
O Simepar informa ainda que pode chover na cidade a partir da tarde de terça-feira, entretanto, as precipitações não vão amenizar o problema, pois devem ser fracas.
Lavoura
A estiagem também prejudica a agricultura do município. De acordo com informações do engenheiro agrônomo Márcio Jacometti, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a falta de chuva afetou principalmente a lavoura de grãos.
“A seca fez com que a Lapa tivesse perdas consideráveis em algumas culturas. A mais afetada foi a do feijão, que teve uma queda de 30% na primeira safra e, na segunda, a estimativa é de redução de 25%. O milho também teve uma queda relativamente grande, de 20%, e a soja apresentou queda de 10%. Das olericulturas, a batata sofreu mais os efeitos da estiagem, todavia, as perdas foram consideradas baixas”, revela.