Nesta quinta-feira (18), durante entrevista ao jornal Boa Noite Paraná da RPC, o governador do Paraná Ratinho Junior comentou sobre a atual fase da pandemia no estado, comentou sobre medidas restritivas, vacinação e risco de falta de medicamentos para entubamento para pacientes na UTI e falta de oxigênio nos hospitais.
O governador revelou que o atual período da pandemia está sendo muito difícil para todo o Paraná. “O que aconteceu no ano passado não tem nada a ver com o que tá acontecendo agora. É uma nova pandemia. Agora, esse momento, que é muito duro, precisa de medidas não só do governo, das prefeituras, mas também de toda a sociedade”, disse.
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Ratinho, ao ser perguntado se medidas mais restritivas poderiam evitar a atual situação crítica da saúde, respondeu que as restrições do estado são feitas com muita cautela. “Eu acredito que as medidas são importantes. Eu acho que se amanhã, por exemplo, nós fecharmos o comércio, ele tem que ter uma lógica. Pensamos no toque de recolher muito antes desse novo vírus. Fizemos o fechamento a noite e isso evitou muitos acidentes de trânsito, diminuímos o estresse dos pronto-socorros”.
Com o toque de recolher, Ratinho disse a queda entre pessoas que deixaram que usar a emergência chegou a 48%. “Foi uma medida muito acertada. Não trabalhamos com teoria, trabalhamos com lucidez. Eu tenho certeza que nos próximos dias vamos conseguir amenizar esse problema”.
O governador explicou que atualmente o estado passa por dois grandes desafios: a compra de equipamentos e a falta de especialistas. “Estamos enfrentando diariamente o desafio de comprar equipamentos. Aí as pessoas podem perguntar, por que não comprou antes? Ninguém imaginaria que essa nova cepa seria seis vezes mais forte. As fábricas estavam ficando praticamente desativadas, porque o Brasil estava quase todo abastecido”.
O problema da falta de profissionais também tem dificultado a abertura de novos leitos, segundo Ratinho. “Para as pessoas terem uma ideia, não é só colocar uma cama num quarto. Precisa de no mínimo cinco técnicos. Cada leito custa R$ 2 mil por dia! É caríssimo!”. Mesmo assim, o governador prometeu a abertura de 200 a 300 leitos nos próximos dias.
Escassez de remédios e falta de oxigênio
Apesar da Secretaria da Saúde alertar pela escassez de medicamentos que auxiliam na entubação de pacientes da UTI, Ratinho Junior garantiu que não vai faltar remédio para os pacientes do Paraná. “Nossa equipe vem comprando, ainda temos. Nossos hospitais estão abastecidos e temos uma reserva técnica. Esse risco de ficar sem medicamento não ocorre”.
Sobre a falta de oxigênio, Ratinho explicou que o problema está na disponibilidade de cilindros e não propriamente na falta do insumo. “É importante explicar. Não falta oxigênio no Paraná. O que acontece é que muitos prefeitos começaram a conter o cilindro de oxigênio. Por isso, eu falei com o governador do Amazonas e ele nos disponibilizou 200 cilindros, que serão enviados através do exército ao Paraná”.
Governador fala em vacinar acima de 60 anos até abril
O governador do Paraná, em parceria com os governadores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, se reuniram durante a semana para discutir a compra de vacinas. A proposta, explica Ratinho, é que todo governo que tiver algum contato ou chance de compra com laboratórios, possa ser realizar as negociações. “O governo federal vai arcar com esse recurso. Mas eu acredito que quem vai salvar o Brasil é a Fiocruz e o Butantan. A partir dessa semana a escala de fabricação passou a ser geométrica”, revelou.
Enquanto a parceria entre o laboratório russo para a fabricação da vacina Sputnik segue parado, esperando documentação a ser apresentada na Anvisa, o Paraná segue a vacinação dependendo exclusivamente das doses repassadas pelo Ministério da Saúde.
Ratinho disse que é obrigação do Paraná, como estado, dar velocidade na vacinação. “Eu acredito que no mês de abril vamos conseguir fechar a vacinação entre pessoas acima de 60 anos. Se correr tudo bem, em julho metade da população deve estar vacinada contra o coronavírus”.