Após o Ministério da Saúde suspender a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos contra a covid-19, a reclamação de pais ou responsáveis ganhou coro do prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Nas redes sociais, o prefeito lamentou o fato de não iniciar a imunização a esta faixa etária e disse estar contrariado com a decisão federal. Outras 20 capitais, mais o Distrito Federal, decidiram continuar vacinando os jovens. Lembrando que em julho passado o Ministério da Saúde havia liberado a vacina pra este grupo.
Após essa decisão divulgada na quinta-feira (16) , pais ou responsáveis pelos adolescentes ficaram indignados. No Facebook, seguidores da página do prefeito questionaram Greca sobre o tema.
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“Eu vou protestar todos os dias. Pode não adiantar nada, mas ficar calada eu não fico. Pelos meus filhos e por todos os adolescentes deste país que precisa acordar, eu preciso protestar. Se todos, que não concordam com essa decisão absurda de não vacinar os adolescentes, se todos os pais e familiares que tem um adolescente em casa que deseja fazer a vacina se manifestar, a força aumenta. Não posso aceitar que os nossos filhos não tenham direito de receber a vacina. Postem! Reclamem por todos nós!”, escreveu a internauta na postagem abaixo, que se tratava originalmente sobre um concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba.
Ao ter o nome marcado juntamente com o do governador Ratinho Junior, Greca respondeu que também está contrariado com a decisão. “A Pfizer tem a exclusividade da vacina para adolescentes. Não é disponível a não para jovens com comorbidades. Estamos contrariados esperando que o Governo Federal do Brasil nos ouça. “, comentou o prefeito de Curitiba. O Ministério da Saúde recomenda apenas a vacinação de adolescentes, entre 12 e 17 anos, com comorbidades. Já a própria Anvisa manteve a orientação de vacinação de jovens com o imunizante da Pfizer.
Pode vacinar ou não pode?
Na quinta-feira (16), o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação a de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades. As novas diretrizes pegaram de surpresa estados e municípios que já haviam começado ou estavam prestes a imunizar essa faixa etária. A prefeitura de Curitiba informou que seguirá a orientação do MS.
No Paraná, poucos municípios atenderam esse público e a Secretária Estadual de Saúde (Sesa), aguardava a chegada de imunizantes para oficializar a campanha em todo o estado. Em nota, a Sesa reforçou que está seguindo o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“O Paraná não iniciou oficialmente a vacinação de adolescentes, pois as doses que serão destinadas para este público serão carimbadas pelo Ministério da Saúde e não chegaram ao Estado. A Sesa está seguindo rigorosamente o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e qualquer iniciativa que esteja desalinhada com suas diretrizes implica em desorganização da estratégia de vacinação”, finalizou a nota.
Na sexta-feira, o secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, afirmou que estava dialogando com outros secretários estaduais de saúde no sentido de tentar mudar a postura do Ministério da Saúde sobre a vacinação para este grupo.
E a OMS?
A orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a vacina seja aplicada em adolescentes quando a cobertura vacinal estiver alta nos grupos prioritários. Uma das alegações do governo federal são os efeitos da vacina da Pfizer/BioNTech, única liberada pela Anvisa para vacinar os menores de idade. Um adolescente de 16 anos morreu após ser imunizada, mas teve descartada a possibilidade de ter sido a aplicação a causadora da morte.