Comerciantes do Centro sofrem com a falta de mão de obra para preencher as vagas oferecidas. A situação pode ser vista nos cartazes afixados nas vitrines e portas de grande parte dos estabelecimentos da região. Segundo a Agência do Trabalhador de Curitiba, hoje existem cerca de 5 mil postos de trabalho disponíveis na cidade, sendo que quase 20% dessas vagas são destinadas ao comércio.

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O empresário Geraldo Cegonha, proprietário de loja de produtos infantis, tem duas vagas abertas para vendedor. Ele reclama do despreparo dos profissionais e benefícios oferecidos pelo governo ao trabalhador desempregado. “Com o seguro-desemprego, é difícil encontrar trabalhadores comprometidos com seu trabalho. Eles trabalham sete ou oito meses e depois forçam para ser demitidos e curtir o auxílio. Tem outros que querem trabalhar sem registro para não perder o arrego. E quem trabalha, trabalha mal. Hoje não encontramos bons vendedores. Quase todos têm muita má vontade de trabalhar”, desabafa.

Maria do Rosário Lima, proprietária de pequena revenda de roupas, afirma que os trabalhadores têm recusado empregos no comércio devido à carga horária. “Não tem mais gente querendo trabalhar nos fins de semana. O pessoal foge das vagas do comércio porque querem descansar nos fins de semana. Alguns até tentam, mas depois de um ou dois meses desistem. Mas não tem o que fazer, pois temos que abrir no fim de semana, pois é quando as pessoas têm tempo para comprar. A situação está complicada”, lamenta.

Análise

Para Cláudio Shymoyama, consultor econômico da Associação Comercial do Paraná, os melhores salários e os benefícios das indústrias têm atraído mais os trabalhadores. “Como a oferta de empregos está maior que a procura, os trabalhadores escolhendo caminhos profissionais mais atrativos e a indústria tem oferecido isso. Na indústria se paga melhor e há mais benefícios. Já no comércio, não. Além de tudo tem o fato dos horários de fim de semana, que com certeza afugenta os profissionais do comércio”, explica.

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