A Esquadrilha da Fumaça, esse seleto grupo de fumaceiros, como são chamados os pilotos do esquadrilha, realizam impressionantes demonstrações de acrobacias aéreas no Brasil e no exterior. A apresentação em espaço curitibano está marcada para o horário das 16 horas, e os Ases Indomáveis prometem surpreender com rasantes e acrobacias de tirar o fôlego do público que promete lotar o Aeroclube, no bairro Bacacheri. Em um papo exclusivo com a Tribuna, o Capitão Aviador André Nery Lima Bezerra revelou os desafios de voar em formação e realizar acrobacias que tiram o fôlego do público. Ele respondeu: os aviões estão tão perto como parecem mesmo?
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A Esquadrilha da Fumaça (EDA) é formada por engenheiros mecânicos e pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB), fundada em maio de 1952, quando um instrutor da Escola Aeronáutica do Rio de Janeiro, começou a treinar acrobacias. A ideia era incentivar os cadetes a se tornarem mais confiantes em seus trabalhos e missões. Atualmente a sede da Esquadrilha é na Academia da Força Aérea, na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo.
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Composta por 12 pilotos altamente treinados e capacitados, a equipe fumaceira tem mais de 4.000 demonstrações realizadas no Brasil e no exterior. Além da equipe composta por pilotos, a Esquadrilha conta com um time de graduados especialistas, responsáveis pela manutenção dos aviões, que são chamados “Anjos da Guarda”. Esses profissionais garantem a segurança, a eficiência e a disponibilidade das aeronaves.
Aliás, os aviões pintados pintados com a cores da bandeira nacional comprovam o amor pela Pátria nos modelos clássicos do T-6 Texan, T-24 Super Fouga Magister, Neiva T-25, Embraer EMB-312, Tucano e o A-29, esse último usado nos dias atuais pelos fumaceiros.
A Tribuna do Paraná conversou com o Capitão Aviador André Nery Lima Bezerra, ala direita extrema da Esquadrilha da Fumaça, e Adjunto da Seção de Comunicação Social. André ingressou na Força Aérea em 2010 na Academia da Força Aérea (AFA), sendo declarado Aspirante-a-Oficial em 2013. Ingressou no EDA em 2021, comandando a aeronave número 6, com mais de 2000 horas de voo.
André contou com exclusividade bastidores das apresentações, o imaginário popular que todos os pilotos são o Tom Cruise do filme Top Gun, se vai ter novidade para Curitiba e muito mais. Confira aí!
Tribuna do Paraná – Como você entrou como piloto da Esquadrilha da Fumaça?
Capitão Aviador Bezerra – Eu queria voar. Passei no concurso para a FAB, iniciei como cadete e fiz toda a formação na academia. Fui selecionado para Aviação de Caça, depois instrutor por quatro anos e aí percebi que a Esquadrilha era a oportunidade. É uma seleção muito exclusiva, é a peneira da peneira.
Tribuna – Como funciona o treinamento?
Capitão Aviador Bezerra – Existe a formação do piloto, com vários voos por dia. É aí que se desenvolve a memória muscular das manobras. A formação dura em média seis meses, uns 80 voos, depois o piloto estará pronto para as demonstrações quando se tem média um voo por semana. Todo show é ensaiado, não existe nada improvisado.
Tribuna – Cada cidade tem sua particularidade, prédios ou morros próximos. Como isso é treinado?
Capitão Aviador Bezerra – Tem situações que chegamos um dia antes na cidade para fazer essa observação. É importante estar atento ao relevo, obstáculos, visualização do público, prédios, posição do sol, intensidade e direção do vento. Tem casos que chegamos no dia, que vai ser o caso de Curitiba, aí fazemos o reconhecimento antes da demonstração. Feito o reconhecimento, estamos prontos para fazer a demonstração.
Tribuna – O público tem a sensação que as aeronaves ficam muito próximas uma da outra. É isso mesmo ou ilusão de ótica?
Capitão Aviador Bezerra – Fica muito perto, uns dois metros de distância no máximo. No início da formação dá um receio, mas hoje é natural. A gente aprende a dominar esse risco, não tem nada que você faça mil vezes que não aprenda.
Tribuna – Quando está realizando a manobra, o piloto observa a fumaça?
Capitão Aviador Bezerra – Algumas manobras você consegue perceber a fumaça, outras não. Tem algumas manobras que o piloto só se preocupa em fazer a parte dele, nem nota o avião ao lado. No fim, sai algo harmônico. É preciso confiar muito na sua equipe, digo que somos uma banda, cada um faz a sua parte para o público para deixar o espetáculo bonito.
Tribuna – O público tem um carinho enorme pelos pilotos da Esquadrilha da Fumaça. Existe uma relação de heróis, estilo o filme Top Gun- Ases Indomáveis. Como é isso?
Capitão Aviador Bezerra – O Brasil é um pais carente de heróis, e as pessoas associam a gente assim. Precisamos trabalhar essa mensagem ao contrário, o seu filho precisa olhar para a Esquadrilha como algo possível, ou seja, ele pode ser um da equipe. Queremos que ele olhe para a gente, e saiba que é possível. Todo ano, saem dois e entram dois pilotos, acredite no sonho.
Tribuna – Alguma novidade na demonstração de Curitiba no dia 05 de agosto?
Capitão Aviador Bezerra – Na última vez em Curitiba (2017), devido ao tempo foi uma demonstração baixa, ou seja, com poucas manobras. Com a demonstração completa, usamos o Tucano A-29, o melhor avião na categoria ataque leve do Mundo. Vamos torcer que o tempo esteja bom, digo que é uma experiência única, pois tem cidade que está esperando faz tempo.
Esquadrilha da Fumaça em Curitiba
Quando: 05 de agosto
Local: Aeroclube do Paraná ( Rua Cicero Jaime Bley, s/n -Bacacheri)
Horário:16h
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