Mesmo com a orientação de que “vacina boa é aquela aplicada no braço”, algumas pessoas, em Curitiba ainda tentam escolher qual vacina tomar. Na tarde de sábado (26), a equipe de reportagem do jornal Boa Noite Paraná, da RPC, flagrou desistências na fila do postinho da Praça Ouvidor Pardinho, onde a CoronaVac estava sendo aplicada. O alerta dos especialistas é para as pessoas não acreditarem nas fake news que fortalecem as dúvidas sobre a eficácia das vacinas. A orientação é para tomar qualquer vacina que esteja disponível, quando chegar a vez, pela fila de faixas de idade.
Segundo o diretor do Centro de Epidemiologia de Curitiba, Alcides de Oliveira, as vacinas no Brasil são eficazes e foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “São seguras, eficazes e, com isso, fazem diminuir a internação e as mortes pela covid-19”, destacou Oliveira ao Boa Noite Paraná.
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A Heloisa Ihle, presidente regional da Sociedade Brasileira de Imunização, também ressaltou a importância de se tomar a vacina contra o coronavírus de qualquer laboratório fabricante de vacinas que tenha o imunizante aprovado pela Anvisa. “Essa eficácia geral, que vamos dizer em torno de 66%, algumas 70%, algumas 90% ou mais, elas são com todas as formas do coronavírus. Mas, quando a gente entra para as formas graves, quase todas estão nesta casa de 90%. O que importa, de fato, é você ter proteção das formas graves”, explica a presidente para a reportagem do jornal da RPC.
Perigo à saúde pública
Como noticiou a Tribuna, com a chegada das vacinas da Janssen na tarde de quinta-feira (24), o Paraná conta agora com quatro opções de imunizantes em seu plano de imunização contra a covid-19. Porém, diferente das vacinas do Instituto Butantan, da Fiocruz e da Pfizer, as recém-chegadas doses produzidas pela Johnson& Johnson conseguem dar uma resposta imune bastante satisfatória com uma única dose. Além disso, ela pode ser armazenada em refrigeradores comuns, ao contrário da vacina da Pfizer. Mais do que a facilidade logística, a praticidade de ser aplicada em dose única pode fazer com que esta seja a mais procurada entre as vacinas disponíveis, com as pessoas querendo escolher qual vacina tomar.
Para o farmacêutico, bioquímico e professor de Imunologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Sérgio Surugi de Siqueira, a pandemia de covid-19 é um momento inédito para a humanidade, e por isso é natural e até mesmo esperado que as pessoas “comecem a se balizar pelos exemplos de outros países onde a imunização seguiu com mais ofertas de vacinas”. Porém, a ação de deixar de tomar as vacinas disponíveis enquanto se espera por outra variedade de imunizantes é um ato de egoísmo.
“O que tem que ficar claro é que no nosso contexto, no Brasil de hoje, se as pessoas começarem a escolher quais vacinas querem tomar e deixarem de se imunizar porque a que está disponível não é a de sua preferência, isso pode se tornar em algo muito perigoso. Nós vamos demorar mais para controlar a pandemia e isso vai levar a mais mortes e mais sofrimento. É uma atitude egoísta, individualista, algo muito negativo em uma crise de saúde pública como a que nós estamos vivendo”, alertou.