Qual história você quer contar? Seja qual for, saiba que os tapumes que cobrem a fachada do número 1452 da Alameda Augusto Stellfeld quase na esquina com a Rua Hugo Simas, no Bigorrilho, estão prontos pra “te ouvir”. Colocadas há um mês no portão de entrada do local, onde funcionará a Escola de Escrita, as típicas tábuas “tapa obra” pintadas com tinta lousa convidam quem circula pela rua a deixar um recadinho.
Em rápida passagem pelo local, a Tribuna flagrou, por acaso, a ideia curiosa e como sempre – foi atrás para saber mais. A ideia partiu da professora Julie Fank, 29, que quis dar uma proposta criativa aos tapumes utilizados para cobrir a reforma da fachada da casa onde a escola vai passar a funcionar.
“Em vez das tradicionais divisórias, que normalmente são pichadas, optamos pela tinta lousa, que da mesma forma, permite às pessoas se expressarem de maneira livre e criativa. Como somos uma escola de escrita, pensamos que nada seria mais a ‘nossa cara’ que oportunizar ao público a chance de escrever boas histórias”, explica.
Com frases divertidas, desenhos, recados e manifestos, o que serviria simplesmente para cobrir a fachada da casa acabou virando um verdadeiro mural interativo. Para escrever, pedaços de giz foram deixados “displicentemente” na própria calçada, em frente à escola. “A gente não apaga nada. Vamos deixando e aí quando chove, tudo some. Mas não demora até que novos recadinhos apreçam”, diz Julie.
Ideia que deu certo
O mural deve ficar por lá até o fim desse mês, quando então a escola será reinaugurada. “Fez tanto sucesso que vamos levar o mural pra dentro, para que os alunos possam dar continuidade à ideia. Até lá, quem quiser passar aqui e deixar um recadinho será mais que bem vindo”, convida Julie.
É claro que a Tribuna do Paraná marcou presença. Pego de surpresa, o fotógrafo Marco Charneski revelou seus talentos artísticos desenhando a nossa logo, que agora também faz parte do mural interativo, pelo menos até a próxima chuva.