Ano perdido?

Erro em acesso deixa estudantes na mão em vestibular remoto de medicina da PUC-PR

acesso negado pucpr
Acesso negado a estudante em vestibular de medicina da PUC-PR. Imagem: reprodução.

“Eu queria fazer o meu vestibular, pois paguei R$ 390 e estudei muito. Era minha esperança e eles precisam dar uma resposta”, assim definiu a estudante Polyanna Nemitz, 17 anos, que não conseguiu acesso as provas do vestibular remoto da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), realizado no dia 31 de outubro para o curso de Medicina. Em nota, a PUC ressalta que não houve registro de falhas no sistema e plataforma utilizados na realização do Processo Seletivo Vestibular 4.0.

O caso da Polyanna não foi isolado e criou um clima de apreensão entre vários vestibulandos. Os lesados se uniram em grupos de whatsapp e fizeram postagens no Twitter relatando a insatisfação quanto ao processo seletivo e a forma de tratamento da PUC-PR diante dos problemas. “Fiz a inscrição em julho, baixei o aplicativo e cheguei a fazer um simulado em que explicava como funcionava a plataforma. Deu tudo certo e no edital, eles pedem que a pessoa tenha uma boa qualidade de internet, o que fez meu pai aumentar a velocidade para 150 Mega”, relembra Polyanna.

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No dia do vestibular para Medicina, as provas eram em módulos com três horários diferentes para todos os inscritos. Pela manhã, com início às 9h30, 20 questões. O segundo e terceiro bloco foram na parte da tarde, iniciando às 13 horas. O segundo bloco com 18 perguntas e o terceiro com 7 questões e redação. Foram duas horas para cada módulo, com 10 minutos de intervalo entre eles.

Para essa forma remota de prova, o candidato precisa mostrar pela câmera que não tem apostila e cadernos no local. “ É preciso fazer um giro de 360° graus com o computador, filma teto e chão, proíbe quadro e espelhos. Microfone ligado por todo o período e não pode ter barulho. É chato, mas faz parte e está no edital. Aí quando cliquei no link, dava erro e mais erro. Entrei no suporte da PUC e só fui atendida 9h27, ou seja, 3 minutos antes da prova. A pessoa que atendeu cancelou meu atendimento, reinstalei o sistema, fiz o giro da câmera e apareceu o aviso que o usuário estava bloqueado por conta do tempo. Liguei para a PUC, mandei e e-mails, e até hoje não tenho resposta. Não fui a culpada pelo erro e ainda tenho muito respeito pela PUC”, disse a adolescente que passava mais de 10 horas estudando por dia para entrar no concorrido curso de Medicina.

Justiça?

As vítimas ainda não formalizaram as queixas em órgãos de apoio ao consumidor como o Procon-PR ou mesmo via Justiça. Mirelly de Pinho, 17 anos, também não conseguiu realizar a prova alegando o mesmo problema da Pollyanna e aguarda a posição oficial da instituição de ensino para depois tomar uma decisão mais rígida. “Estamos esperando a PUC-PR, mas já estamos pensando em entrar com um processo judicial em conjunto e já conversamos com pessoas que entendem do assunto. Queremos conversar com a PUC com a presença dos nossos pais, pois somos menores de idade”, comentou Mirelly.

E aí PUC?

Em nota, a PUC ressalta que não houve registro de falhas no sistema e plataforma utilizados na realização do Processo Seletivo Vestibular 4.0. “Ciente dos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) decidiu promover seu tradicional processo seletivo de verão para ingresso em 2022 de forma remota. O vestibular geral foi realizado no dia 17/10, enquanto a seleção para o curso de Medicina ocorreu em 31/10. A prova foi aplicada em plataforma virtual, segura, com sistema de autenticação e monitoramento online, fiscalização e controle em tempo real.

A solução utiliza inteligência artificial para identificar possíveis comportamentos ou ações inadequadas, a fim de preservar a probidade durante a realização do teste e a credibilidade do processo seletivo. A PUCPR reforça que a mudança de ambiente da prova, do presencial para o digital, não modificou ou reduziu o rigor do processo seletivo da instituição. A PUCPR ressalta que não houve registro de falhas no sistema e plataforma utilizados na realização do Processo Seletivo Vestibular 4.0”, informou a nota.

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