Aos 45 anos, com 15 de experiência, o comediante e humorista curitibano Eduardo Jericó acaba de lançar o seu 4º especial de comédia, chamado Ao Cubo. A gravação, feita no My Fuck Comedy Club do Danilo Gentili, em São Paulo, faz um apanhado valioso das melhores piadas e histórias gravadas anteriormente nos outros três especiais de sua carreira: o 1000 Watts, Tá Tranquilo e Retrô.

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Uma das principais características de Jericó é o carisma. Ao subir no palco, rapidamente consegue ganhar a plateia com sua boa capacidade de seduzir o público, principalmente aquele que ainda não o conhecia. Ele também se destaca pela habilidade vocal, que lhe permite emitir vários sons e vozes, dando personalidades distintas e únicas a seus personagens.

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Recém chegado de uma bem sucedida turnê na Europa (pensa que o piá é “pôca bosta?”) ele comemora a consolidação do seu nome entre os grandes comediantes de Curitiba. “Muita gente boa da comédia stand up nasceu aqui em Curitiba. O ‘dinossauro’ deles, que hoje tenho orgulho de chamar de amigo, é o Diogo Portugal. Fico muito feliz em estar nessa lista, já que o público curitibana forja os comediantes na pancada, já que é muito exigente”, disse à Tribuna.

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Jericó cita nomes como Allorino Júnior, Marco Zeni, Emerson Ceará, Bruna Loise, Afonso Padilha, Rafael Aragão e Diogo Almeida como alguns dos principais representantes do stand up criados em Curitiba. “Assim como Goiás revela os melhores cantores sertanejos, Curitiba revela os melhores da comédia em pé”, orgulha-se.

Para Jericó, o maior nome do humor brasileiro foi Chico Anysio, sua principal referência. “Tive o privilégio de conhecer e conversar com o Chico. Ele era foda demais”, disse. “Quando eu morava no Rio, ele (Chivo) abriu uma temporada no Teatro Light e criou às quartas uma matinê em que dava espaço para outros comediantes. Eu pude participar e foi incrível. Depois fiz uma temporada com o Nizo Neto, filho dele, que foi maravilhoso também”, lembra.

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A capital paranaense, aliás, já foi considerada o maior celeiro de bons nomes e shows de comédia, e vem recuperando aos poucos a fama. A inauguração da DHouse, que tem Diogo Portugal como proprietário, a lotação de outras casas, como o Curitiba Comedy Club, e o vigor das novas Quintal Comedy e Gaslight, além de palcos como o do Armazém do Alemão, onde Jericó se apresenta ao lado de Emerson Ceará e convidados todas as segundas, ajudam na popularidade da cena. Um dos maiores festivais de humor do país, o Risorama, foi criado por aqui.

Muito trabalho

Eduardo Jericó no palco no Armazém do Alemão. Nessa noite, teve a companhia dos comediantes Raphael Bulk e Emerson Ceará. Foto: Eduardo Luiz Klisiewicz

Talvez os curitibanos demorem um pouco para fazer a associação da “cara com o crachá”, mas Jericó é carinha conhecida há bastante tempo. O comediante começou na Escola de Atores do teatro Guaíra, em 1998, formou-se na Faculdade de Artes Cênicas do Paraná e fez outros cursos de interpretação. Fez peças de teatro e gravou vários comerciais.

Seus primeiros trabalhos por aqui foram na série Casos e Causos, da RPC, quando interpretou alguns personagens e começou sua carreira como ator. Participou de minisséries e novelas na Globo (“Beleza Pura”, “Cobras e Lagartos” “Malhação” e “Páginas da Vida”), Record e Band. Também atuou no cinema, com participações em “Tropa de Elite”, “Assalto ao Ônibus 175” e “Xuxa Gêmeas”.

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Durante a caminhada, porém, Jericó preferiu se dedicar à comédia, deixando o “sonho de ser galã de novela” de lado. Será? “Eu fiz a oficina de atores da Cininha de Paula, que é uma referência em atuação. Tomei um esporro dela uma vez, pois dizia que eu usava o humor pra tudo, até cenas mais tensas. Tem tanta coisa ruim e chata no mundo, que sempre preferi a comédia. Mas acho que eu mandaria bem num dramão também”, revela.

O comediante cita os exemplos de comediantes como Will Smith e Jim Carrey, que se revelaram atores muito talentosos fazendo dramas e filmes densos.

Mas a comédia venceu (por enquanto). No começo da década passada Eduardo Jericó passou a se dedicar à comédia com mais intensidade. Em 2011, Jericó participou da primeira edição do “Concurso de Stand Up Comedy” do programa “Tudo é Possível”, apresentado por Ana Hickmann na Rede Record, foi finalista da competição “Quem Ri por Último Ri Melhor” no “Programa do Gugu” exibido pela mesma emissora, e, logo depois, venceu o concurso “Arquibancada do Riso” no SBT, comandado por  Celso Portiolli.

Também foi destaque no quadro “Humor na Caneca”, do Programa do Jò e finalista do quadro “Quem Chega Lá”, do Domingão do Faustão, ambos na TV Globo.

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Com uma carreira consolidada no Brasil, o humorista realizou no final do ano passado, uma turnê internacional. As apresentações do show “Retrô” aconteceram nas principais cidades de Portugal, como Lisboa, Porto, Aveiro e Alentejo. O humorista passou pelas emblemáticas casas de espetáculos do país, como o Casino Lisboa, o Lisboa Comedy Club e, também, pelos centros culturais importantes, como as FNACs de Aveiro e Lisboa.

No próximo bloco

Eduardo Jericó. Foto: Divulgação

Agora Jericó espera colher os frutos do seu mais novo trabalho, Ao Cubo. “O Ao Cubo foi o fechamento de um ciclo. É o registro de tudo o que eu fiz nos outros shows durante esses últimos anos dentro da comédia stand up. Acho que ele é o fechamento dessa fase”, afirmou.

Para a próxima etapa, Jericó almeja voos mais altos. “A carreira é feita de construções e etapas. Eu almejo voos maiores, entrar em uma plataforma de streaming ter contrato com uma grande emissora, com um objetivo, o de levar mais humor e comédia para mais gente”, projeta.

E conclui. “Nunca foi na maciota, sempre tem que ter ‘uma ficha para dar Continue’ e ai zerar o jogo. É difícil curtir as etapas, mas vale muito a vitória no final. É gratificante”. Pra conhecer mais do trabalho do comediante vale conhecer o seu perfil no Instagram.

Veja o especial Ao Cubo no player abaixo:

O que??

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