Divergências no busão

Empresários do transporte coletivo de Curitiba queriam R$ 4,09 por passageiro

Dois dias após a definição do novo valor da tarifa técnica do transporte coletivo de Curitiba em R$ 3,6653, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) se manifestou sobre o assunto em nota enviada à imprensa. Segundo os empresários, “estudos detalhados feitos pela área técnica do Setransp comprovam que o valor da tarifa técnica de acordo com o Anexo III do Edital de Licitação deveria ser de R$ 4,09 para atender a programação de serviço estipulada pela Urbs”.

Mas ressaltam que esse número não representa “de maneira nenhuma” valor de tarifa para o usuário. A justificativa da entidade empresarial é que a prefeitura poderia usar subsídios para cobrir a diferença entre R$ 3,70 (valor da tarifa para o usuário) e R$ 4,09 (tarifa técnica). E citam o exemplo de São Paulo, onde a tarifa custa R$ 5,71, mas como a prefeitura injeta R$ 2 bilhões anuais de subsídios, a população paga R$ 3,80.

No comunicado, o Setransp reconhece que o sistema de transporte de Curitiba é um dos mais caros do Brasil, “em razão de todas as suas especificações tanto para os ônibus quanto para a infraestrutura necessária de operação, algo já reconhecido pelo órgão gestor e pelo prefeito Gustavo Fruet”.
Alegam ainda que “se a tarifa técnica fosse calculada corretamente, as empresas teriam condições de aumentar a qualidade do serviço e levar melhorias à população”. Para os proprietários das empresas de ônibus, é “curioso” que o usuário subsidie o sistema, ao invés da prefeitura. O Setransp repudia a justificativa da Urbs, de que há usuários que ainda pagam a tarifa antiga, argumentando que em outras cidades isso também acontece e”nem por isso a tarifa técnica é menor que a do usuário”.

O Setransp critica ainda a projeção de passageiros feita pela Urbs. No período tarifário anterior, foram 17,6 milhões de pagantes por mês – contra 18,8 milhões estimados pelo órgão gestor do transporte coletivo. Segundo o sindicato das empresas, isso acarretou um prejuízo de R$ 45 milhões anuais. “Aliás, desde o início do contrato, a projeção da Urbs nunca se realizou”, aponta.

Os empresários do setor se queixam também que a Urbs não retirou da planilha o valor dos banheiros químicos, que seria responsabilidade do órgão gestor.

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