Marcelo Francisco da Silva, cliente do posto de gasolina que fez xingamentos contra um frentista no último sábado (14), no bairro Boqueirão, em Curitiba, optou por permanecer em silêncio durante o depoimento à Polícia Civil, no 7º Distrito Policial. Ele se apresentou na tarde desta segunda-feira (16) com dois advogados, e foi liberado.
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O delegado Nasser Salmen, responsável pela investigação, explicou que o inquérito está sendo preparado após a realização das oitivas, e tudo indica que Marcelo vai ter que responder por crimes de racismo, injúria racial e xenofobia. “O delito de racismo já está caracterizado, a injúria racial e a xenofobia foram para o frentista”, disse o delegado.
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A punição do crime de injúria racial tornou-se mais severa em janeiro deste ano, com pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão, sem fiança e sem prescrever.
O que rolou?
Imagens divulgadas pelas redes sociais, no último fim de semana, mostram um homem chamando um funcionário de um posto de gasolina de Curitiba de “neguinho”, “macaco” e “nordestino”.
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“Sou empresário, maluco, tenho CNPJ, tenho empresa, e você vem me tirar, vem fazer cagada? Você ganha quatro mil nesta bosta aqui. Pago três vezes mais só pra te xingar de neguinho, otário, nordestino dos inferno. Macaco. Vem do Nordeste pra querer ser gente em Curitiba? Volta pro Nordeste”, disse o rapaz ao frentista.
Conforme Boletim de Ocorrência (BO), o cliente foi identificado como Marcelo Francisco da Silva, que se irritou ao ser cobrado, informado que precisaria pagar a conta antes de esquentar um macarrão instantâneo.