A Polícia Civil de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, concluiu no fim da tarde de sexta-feira (8) o inquérito da morte da funcionária de um hipermercado de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, que foi atingida por um tiro após confusão por causa do uso de máscara de proteção contra o coronavírus (covid-19). O empresário Danir Garbossa, que foi preso após uma briga com o segurança do estabelecimento, motivo que gerou o disparo que atingiu a funcionária, foi indiciado por homicídio qualificado com dolo eventual e também por outros crimes.
A ocorrência foi no dia 29 de abril. A confusão começou porque o empresário se recusou a usar a máscara para entrar no hipermercado. A funcionária Sandra Maria Aparecida Ribeiro, 45 anos, morreu no local. Sandra era o alicerce da família, cuidava de dois filhos adolescentes e também dos pais idosos com problemas de saúde. Sandra foi homenageada após a morte e uma unidade de saúde da cidade ganhou o seu nome.
De acordo com a Polícia Civil (PCPR), Garbossa foi indiciado por homicídio doloso, duas lesões corporais (contra o segurança e contra a funcionária), também dano qualificado e injúria, perturbação do sossego e infração de medida sanitária (por se recusar a usar a máscara, o que é obrigatório no Paraná durante a pandemia).
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Já o segurança do hipermercado, Wilhan Soares, não foi indiciado porque, segundo a investigação, agiu em legítima defesa. Ele chegou a ser preso, mas foi solto dias depois. Foi a arma portada pelo segurança que disparou durante a briga com o empresário. Inclusive, os disparos foram efetuados pelo próprio vigilante. Câmeras de segurança do mercado flagraram o momento da confusão.
O que dizem os advogados
Em nota, o advogado do empresário Danir Garbossa disse que seu cliente continua à disposição das autoridades e que vai responder pelo que fez na medida da sua culpabilidade, nada mais. Ainda conforme explicou o advogado, o indiciamento ocorrido era esperado, mas a defesa aguarda uma resposta em relação às imagens escondidas do público pelo estabelecimento comercial. “O que essas imagens revelam e que as pessoas não podem saber?”, escreveu o advogado Ygor Nasser Salah Salmen, ressaltando que algumas classificações utilizadas são tecnicamente inadequadas, grosseiras e que as correções serão realizadas no momento processual adequado.
Já o advogado Igor José Ogar, que defende a família de Sandra Ribeiro, disse ao site G1 Paraná que “espera que o Ministério Público receba e ofereça a denúncia no mesmo condão, pois já na inicial se manifestava nesse sentido”.
A defesa do segurança do hipermercado diz concordar com a conclusão do inquérito, que segundo o advogado João Luís Teixeira, traduz a hipótese clara e transparente de legítima defesa. “Muita gente pré-julgou o vigilante. Houve até uma versão fantasiosa de que o cliente não o teria agredido, o que foi desmentido com provas fartas. O resultado está aí, mas lamentamos a tragédia com a família da Sandra”, disse o advogado.
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