Pensando numa forma de ajudar as três vítimas da explosão, que aconteceu num apartamento do bairro Água Verde, em Curitiba, uma empresa paranaense doou a membrana que ajuda na recuperação e regeneração da pele que produz. Os produtos, que ajudam principalmente na redução da dor das vítimas, foram entregues nesta terça-feira (2) e já devem ser usados.
Segundo o médico que acompanha as três vítimas, Marcelus Nigro, os três continuam com o mesmo estado clínico, informado anteriormente. Gabriel Araújo, que teve 30% do corpo queimado, está um pouco melhor. “Retiramos o tecido das queimaduras e colocamos a membrana para ajudar na recuperação. Teve uma queimadura extensa, mas continua no quarto e evolui bem”.
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Já Raquel Lamb (que teve 55% de queimaduras), esposa de Gabriel, continua na UTI. “Tem um quadro estável, grave, mas com previsão de que nos próximos dias comecemos a tentar tirar a intubação, mas continua recebendo todos os atendimentos na UTI e agora vamos começar a usar as membranas nela também”, detalhou o médico. No caso do aplicador Caio Santos (com 65% do corpo ferido), embora tenha sofrido mais queimaduras que as outras vítimas e continue na UTI, a recuperação também tem sido positiva.
A doação das membranas, segundo o médico, facilita na dinamização do tempo. “O hospital costuma ter essa membrana disponível, mas usamos quando o plano de saúde ou o SUS liberam. Nem sempre este processo é rápido, por isso que, com a doação, podemos usar no que for mais urgente, enquanto vem a liberação das operadoras de saúde”, explicou Marcelus Nigro, que é o responsável pelo setor de queimados do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie.
As membranas são importantes na recuperação de queimaduras de primeiro a segundo grau profundo. “Além de ajudar, e muito, no alívio da dor, ela também faz com que não se formem secreções e a pele se regenera mais rápido. Já em feridas mais profundas, como terceiro grau, por exemplo, o curativo auxilia no preparo do leito para receber o enxerto depois”, detalhou o médico.
Doação paranaense
A empresa doadora da membrana é a Vuelo Pharma, especializada na produção deste curativo. “O produto é paranaense e temos uma parceria com o Evangélico há anos, então sempre que pudermos ajudar, estaremos disponíveis”, comentou Ulisses Ritter, representante que entregou os curativos ao hospital e que explicou que já foram feitas outras doações, em outros casos, sempre que se percebe a necessidade.
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Feita de celulose cristalina, a membrana foi criada para substituir, temporariamente, a pele, aliviando imediatamente a dor. O curativo é utilizado em lesões sem exsudato (secreção) e faz com que o processo de cicatrização seja mais rápido. “O lado positivo da membrana é que ela não tem nenhuma possibilidade de irritação alérgica, o que faz com que possa ser usada de um recém-nascido até um idoso”.
Denominada de Membracel, a película curativa serve não só para queimaduras, mas também para pequenas lesões e até mesmo para ajudar na recuperação de pacientes que têm epidermólise bolhosa, uma doença sem cura e que causa bolhas na pele. O produto pode ser comprado pela internet e pode ser usado em casa.
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