Um grupo de trabalhadores da EBSERH, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que administra a maior rede de hospitais públicos do país, incluindo o Complexo Hospital de Clínicas, no bairro Alto da XV em Curitiba, realizaram nesta quarta-feira (28) um protesto para sensibilizar a população sobre a greve da categoria.
De acordo com o Sinditest, sindicado que representa a categoria, aproximadamente 40% dos funcionários da área assistencial do Hospital de Clínicas estão paralisados e 50% do administrativo cruzaram os braços. A paralisação não interfere no atendimento clínico e emergencial do hospital.
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O movimento é nacional e tem como principal reivindicação a abertura das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Confira a pauta de reinvindicações da categoria:
Empresa se nega a negociar os Acordos Coletivos de Trabalho com os sindicatos que representam a categoria;
Funcionárias e funcionários, que estiveram na linha de frente durante a pandemia, estão com os salários e benefícios congelados;
A EBSERH se nega a dialogar, obrigando os trabalhadores a entrarem em greve;
Uma campanha difamatória tem sido empreendida para desmoralizar o movimento grevista;
Ao mesmo tempo que a EBSERH afirma ao STF que diversos serviços hospitalares estão sendo prejudicados, diz ao Correio Braziliense que a paralisação é pequena;
Trabalhadoras e trabalhadores das áreas administrativas dos hospitais são os mais precarizados, com muitos recebendo subsalários;
Muitos desses profissionais adoeceram na pandemia, outros ficaram com sequelas da covid-19;
A perda de familiares, colegas de trabalho, e de pacientes teve impacto profundo na saúde mental dos trabalhadores da EBSERH, que estiveram sempre a postos nos momentos mais difíceis da maior crise sanitária enfrentada pelo Brasil;
Equipes não suportam mais as consequências do descaso da gestão e das pressões vividas nos locais de trabalho!
O que diz a EBSERH
Confira a nota da EBSERH na íntegra a respeito das paralisações pelo país:
O processo de negociação contou com mais de 20 rodadas com as entidades sindicais. Apesar das propostas contarem com reajuste salarial, não houve consenso.
No dia 12 de abril de 2022, a empresa abriu mão do pilar da sua proposta (adicional de insalubridade) e solicitou às entidades sindicais contraproposta razoável. Recebeu, todavia, 3 propostas distintas com exigências superiores ao que havia sido anteriormente apresentado.
Diante do impasse, e da inexequibilidade das propostas apresentadas, a Ebserh peticionou, em 10 de agosto de 2022, no próprio TST, requerendo o imediato julgamento do Dissídio Coletivo, inclusive com relação aos acordos em aberto.
O próprio TST indicou, em decisão proferida recentemente, que o processo se encaminha para julgamento do mérito.
Com as manifestações recentes dos empregados, ficou ainda mais clara a vontade, semelhante à da Ebserh, de uma resolução para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Apesar da solicitação das entidades sindicais pela extinção do dissídio no TST sem julgamento do mérito, o Tribunal solicitou que elas se posicionassem sobre o pedido da Ebserh de julgamento do ACT, o que foi feito na última sexta (23), quando elas manifestaram concordância com o julgamento no TST, com vistas à conclusão desse processo.
A extinção do dissídio em curso, conforme havia sido inicialmente solicitado pelas entidades sindicais, pode alongar as negociações, o que não é desejo de estatal.
Com base na petição das entidades sindicais do último dia 23, a Ebserh solicitou ao TST, nesta quarta (28) o imediato julgamento do dissídio coletivo, a fim de resolver o impasse gerado pela pendência dos ACTs.
Com isso, a empresa atende ao anseio dos empregados, que era de que o ACT fosse resolvido de forma rápida. O próximo passo é o TST incluir o processo em pauta para julgamento.