Com o avanço dos casos de covid-19 em Curitiba nas últimas semanas e vigência das regras da bandeira laranja do protocolo combate ao coronavírus, surgem dúvidas em moradores de condomínios sobre como se comportar nas as áreas comuns desses locais. No elevador, tem que subir um de cada vez ou dá para usar junto com o vizinho? É mais recomendado usar a escada, em caso de condomínio vertical? Usar máscara é obrigatório nas dependências comuns ou o síndico pode flexibilizar o uso? O condomínio tem que oferecer álcool em gel em pontos estratégicos? Embora as respostas pareçam óbvias, nunca é demais destacar que os condomínios devem se adequar às regras determinadas nos decretos da pandemia.
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Fazendo um recorte das principais atividades que os moradores costumam fazer em condomínios e estão sob as normas do decreto municipal nº 940 da capital, o uso de máscara é obrigatório em áreas comuns e pelos funcionários, as festas estão proibidas, também não são permitidas aglomerações de pessoas nas áreas comuns, as academias (caso haja) devem seguir as regras de de distanciamento de pessoas por metro quadrado (uma a cada nove metros quadrados), o condomínio deve disponibilizar álcool em gel e o bom senso deve sempre predominar para não transformar a convivência entre condôminos em transtorno. Há também a recomendação de infectologistas para que as áreas comuns permanecem fechadas, para evitar a circulação de pessoas.
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De tudo isso, o uso do elevador é o que mais pede bom senso. Com o vai e vem constante dos moradores, é praticamente impossível o síndico conseguir fiscalizar o uso correto para evitar a transmissão do coronavírus. Acaba que os moradores precisam estar atentos ao mau uso e evitar se aglomerar dentro de um espaço tão pequeno, até mesmo pelo risco de contágio ser alto no elevador. O recomendado é que se espere a vez para usar o elevador, caso um vizinho já o esteja usando quando o equipamento chegar no andar desejado. Usar máscara também é obrigatório, principalmente pela pouco circulação de ar.
Mantenha distância
O médico infectologista João Bosco Strozzi, consultor da Organização Panamericana de Saúde para a covid-19 (OPAS), alerta que a distância mínima recomendada entre as pessoas na pandemia é de dois metros. “Poucos elevadores terão esse espaço. Mas um elevador grande pode levar quantas pessoas estiverem distantes umas das outras, a dois metros. Se forem pessoas da mesma família, que estão convivendo juntas em casa, sem problemas, podem entrar quantas forem”, explica Strozzi.
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A insegurança com o uso do equipamento pode levar o morador do condomínio a preferir as escadas. Mas será que é seguro? De acordo com João Strozzi há um problema aí, que precisa ser levado em consideração. “As pessoas de máscara têm dificuldade para enxergar os degraus, principalmente quando estão descendo. Assim, terão que usar o corrimão e este se contamina facilmente. Então, recomenda-se a instalação de dispensadores de álcool em gel em cada patamar de escada”, aponta.
Quanto ao uso obrigatório de máscara, o infectologista explica que ela protege quem usa e quem está por perto. Segundo ele, os vírus saem do corpo envoltos em muco. As máscaras absorvem este muco. “Por isso, máscaras úmidas devem ser trocadas”, diz Strozzi, recomendando que se tenha sempre uma máscara sobressalente.
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É também pelo elevador que as pessoas carregam as suas compras de supermercado. O cuidado é o mesmo, deve-se respeitar o limite de ocupação do espaço. E, de acordo com João Strozzi, as compras merecem cuidados. “Quando se chega da rua faz-se duas coisas: álcool em gel nas mãos e secador de cabelo nas compras. Vírus ressecado é vírus morto”, finaliza o infectologista.