Durante o intervalo do julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, acusado da morte de Gilmar Rafael Yared e Calos Murilo de Almeira em um acidente de trânsito ocorrido em 2009, a mãe de Gilmar deu novas declarações para a imprensa. Christiane Yared falou sobre a ausência do pedido de perdão por parte do réu e ainda descreveu como está sendo ver o ex-deputado frente a frente. Antes de iniciar o segundo dia do Júri Popular, Christiane falou que “a sentença de Carli Filho tinha prazo de validade, mas a dela não”.

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“Ele me olha e baixa a fronte, baixa os ombros, se balança como se estivesse chorando, mas levanta e não tem lágrima alguma. É um jogo de encenação” disse Christiane, sobre a troca de olhares com Carli Filho.

O julgamento continua com os debates entre defesa e acusação. Para Christiane, a expectativa é saber o que a defesa do ex-deputado vai apresentar. “Qual será a carta na manga? Quero ver. Desqualificar, dizer que meu filho será culpado? Como que ele poderia imaginar que alguém atravessaria naquela velocidade? Se alguém cruza nossa frente, a gente desvia e ate fica bravo, mas as imagens mostraram o que?”, questionou a deputada. Yared afirmou que durante o processo foi provado que imagens podem ser apagadas quando se paga.

Para Elias Mattar Assad, advogado da família Yared, esse processo é como uma Monalisa. “Temos tudo para configurar dolo eventual na condução de veículo automotor. É um caso sem precedentes no país. Temos ingestão de bebida confessada pelo acusado, condução de veículo sem poder dirigir por conta dos 130 pontos, velocidade absurda em via pública, decolagem em local com sinaleiro piscando e a aterrissagem em cima do carro das vítimas. Esse conjunto da obra caracteriza o dolo eventual. Mas o arrependimento dele não retira o risco que ele assumiu de matar”, disse o advogado Elias Mattar Assad.

Foto: Gerson Klaina.
Foto: Gerson Klaina.
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A expectativa é que o resultado do julgamento aconteça por volta das 17h30. Para Yared, o caso Carli Filho será um divisor de águas no Brasil. “Desde o momento do acidente falei que não enterrei meu filho, mas plantei ele e agora colho frutos. Pais e mães que choram não sabem onde buscar ajuda. Quero dizer para estes pais que já perderam seus filhos que o sangue deles clama por justiça. A morte deles não será em vão. Vamos mudar a história deste país”, relatou.

 

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Por fim, a deputada fez uma avaliação polêmica caso o juri decida por culposo. “Não compre armas, mate com carro que você não será preso. No meu coração, quero a justiça em favor da nossa família, mas vivemos no Brasil. Temos que esperar. O que vão apresentar?”, disse.

De olho no julgamento

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Condenado por homicídio com dolo eventual, Carli Filho não sai preso do Tribunal do Júri