“É uma questão de vida ou morte e o momento é dramático e crítico”, assim definiu Beto Preto, secretário estadual de Saúde, ao relatar a situação do sistema hospitalar do Paraná, que já conta com 700 pessoas na fila de espera por uma vaga em um leito. Na terça-feira (2), segundo boletim, o estado registrou 178 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus, o maior número de 2021.
Segundo dados da Secretária Estadual da Saúde (Sesa), são 1645 pacientes com diagnóstico confirmado de covid-19 que estão internados, sendo 1.451 pacientes em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e 194 em leitos da rede particular. Além disso, outros 2.138 pacientes estão hospitalizados e aguardando os resultados de exames. Eles estão em leitos da rede pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.
Com hospitais ultrapassando 90% de ocupação ou mesmo fechados ao público por não ter mais vaga para atender como o Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, o governo estadual confirma que o sistema de saúde está entrando em colapso.
Em entrevista ao telejornal Bom dia Paraná, da RPC, nesta quarta-feira, Beto Preto, reforçou que o momento é de extrema preocupação, tendo em vista o número de casos ativos e a falta de leitos para os pacientes. “Eu diria que estamos entrando no colapso. Estamos hoje no pré-colapso. As instituições já estão tendo que deixar as portas fechadas e por isto o decreto estadual entrou em vigor na semana passada. Nós continuamos em uma luta intensa por abertura de novos leitos seja em enfermaria em hospitais de médio ou pequeno porte. O momento é muito dramático”, desabafou o secretário, referindo-se à situação do Hospital Nossa Senhora das Graças, que deixou de receber pacientes com síndrome respiratória por estar no limite.
Filas de espera
Beto Preto afirmou ainda que a fila de espera para um leito de enfermaria ou mesmo de UTI quase chega em 700 pessoas. Na tentativa de buscar agilidade e atendimento para estes doentes, o Paraná está abrindo mais espaços em centros hospitalares no interior.
Segundo o secretário, a solução está em uma maior agilidade na aplicação de vacinas e a conscientização daquelas pessoas que insistem em descumprir medidas sanitárias como o uso de máscara de proteção, álcool gel e especialmente, o distanciamento social.
“Os números refletem o que estamos falando algum tempo. O momento é dramático, crítico e pedimos a compreensão, tolerância, paciência e colaboração de todos. Acredito que temos duas saídas; a vacinação em massa e, em março, a diminuição da circulação das pessoas. Estamos diante de uma variante amazônica que é quatro vezes mais rápida e agressiva. Quem se mostra resistente à doença, digo que é uma questão de vida ou morte hoje”, completou Beto Preto.