“É muito difícil saber que tem um monstro dessa magnitude. Foi uma rotina de luta, mas irei seguir lutando contra estes monstros”, assim foi o desabafo de Maria Cristina Lobo, mãe da menina Rachel Genofre, morta em novembro de 2008, em Curitiba. O relato foi direcionado a Carlos Eduardo dos Santos, 55 anos, acusado de assassinar Rachel e deixar o corpo dela em uma mala na Rodoviária da capital paranaense.

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O julgamento não vai ter presença da imprensa e nem mesmo vai ser transmitido nas redes sociais, pois tramita em segredo de justiça. Apenas as pessoas autorizadas pelo juiz terão acesso ao plenário. Poucos minutos antes do início, a mãe de Rachel conversou com a imprensa sobre a expectativa do júri. “A ansiedade é muito grande, mas posso dizer que o medo diminuiu ao saber que ele está preso e não pode cometer outro crime. Eu não consigo processar isso desde que ele foi descoberto. Uma rotina de luta, mas seguirei atuando contra estes monstros”, disse Maria Lobo em entrevista para o jornal Meio Dia Paraná, da RPC.

Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná.

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O réu Carlos Eduardo dos Santos vai acompanhar o julgamento em Sorocaba (SP), onde segue preso, e prestará depoimento por videoconferência. A expectativa é que o julgamento termine ainda nesta quarta. Do lado de fora do Tribunal do Júri, familiares e amigos da família de Rachel Genofre seguram cartazes exigindo punição ao acusado.

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Carlos Eduardo foi apontado como autor do assassinato em 2019, após confirmação de um exame de DNA, e logo depois confessou oficialmente o crime. O caso da Rachel, na época com 9 anos, comoveu o Brasil. O corpo da menina foi encontrado dentro de uma mala na Rodoviária de Curitiba, com sinais de estrangulamento e violência sexual. A menina havia desaparecido após sair da escola onde estudava, no Centro de Curitiba.

O caso

Rachel foi morta em 2008, quando tinha 9 anos. Seu corpo foi encontrado numa mala, na Rodoviária, por um indígena que passava pelo local. Nessa mala também estariam alguns pertences da menina. Ela teria sido raptada enquanto seguia pelo trajeto que liga o colégio que estudava ao ponto de ônibus em que esperava, diariamente, o coletivo que a conduzia para casa.

O crime ficou por quase 11 anos sem solução, mas um trabalho de integração entre Paraná, São Paulo e Brasília permitiu a comparação genética entre no material coletado na cena do crime e o do autor. Segundo a Sesp, a análise do material genético teve 100% de compatibilidade. A amostra positiva apareceu no sistema do banco nacional de DNA.

Em depoimento em Curitiba, Santos confessou o crime e deu detalhes, em 25 de setembro de 2019. À polícia, ele contou detalhes do que aconteceu e que atraiu a garota prometendo uma participação na televisão. “Ele confirmou que já tinha observado a Rachel e após entender a rotina dela, ele a convidou para participar de um programa infantil de TV bem conhecido da época e falou que era para ir no escritório assinar alguns documentos. A Rachel concordou e foram até o local que ele residia e assim que chegou lá, a Rachel estranhou e gritou. Na sequência, cometeu o ato sexual e a matou”, disse a delegada na época.